03.07.2013 |
Primeiro a Cozinha, Depois a Copa... |
“Primeiro temos de arrumar a cozinha, para em seguida pensar na copa”. Este, a princípio seria traçar um paralelo das necessidades do nosso País daqui para a frente. São as manifestações populares atreladas à recém finda Copa das Confederações, competição, aliás, que foi um dos estopins que acendeu o clamor popular, que culminou com os resultados que aí estão. O povo simples, aquele do futebol, nem chega perto dos estádios. Aliás, chega. A pouco mais de mil metros, apenas para protestar, porquê não tem dinheiro para comprar o ingresso. Lá dentro dos estádios, a elite. Platéia, não torcida. Elitizada, de brancos. Foi assim e na Copa será assim. Para que isso não ocorra, temos um ano para arrumar a casa, no caso, a cozinha.
As manifestações populares não vão parar, embora o vandalismo dos últimos dias tira o ânimo daqueles que pensam com seriedade.
Mesmo assim, avanços ocorreram. À torque de caixa, como jamais visto antes na história deste País, o Congresso Nacional, outra fonte, senão a pior delas, da ira popular, derrubou a PEC-37, transformou corrupção em crime hediondo e as passagens de transporte coletivo não foram reajustadas.
Uma vitória, sem dúvida. Mas tudo está no começo. A idéia de plebiscito, por exemplo, como que a Presidência, não pode ser vista com bons olhos. Reforma política é um assunto complexo, cheio de atalhos e que não pode ser resolvido com respostas tipo: “sim ou não”.
Segundo consta, esta pesquisa popular serviria como engôdo, ou seja, uma tentativa de acalmar e desviar a população.
Outra questão perigosa seria a desestabilização da Presidente Dilma, para que o ex-presidente Lula ocupe uma vaga na próxima eleição. Seria uma manobra do Partido dos Trabalhadores, que não estaria prestigiado como acha que deveria ser, no Palácio do Planalto.
Bom, isso é lá em Brasília.
E como estamos em Maringá? Aqui tivemos passeata, e num fato raro em têrmos nacionais, exigiu-se a instalação da CPI para investigar custos do nosso transporte coletivo.
De início já houve confusão, porquê a Prefeitura achou que não tinha nada a ver com a CPI. Mas tem. O transporte público é de sua responsabilidade e ela dá o poder para que uma concessionária execute a tarefa. É assim que funciona. Portanto, a responsabilidade é mútua.
O trabalho desta CPI tem tudo para não dar em nada. É assunto tecnicamente complexo e se for encontrado algum problema, êlle não é recente. Surgiu lá atrás, quando da assinatura de novo contrato de concessão. Se o preço já começou caro, as planilhas somente vem se atualizando anualmente de acôrdo com os índices oficiais. Provavelmente teria de começar tudo de novo. Realmente uma tarefa que não é das mais fáceis. Se a CPI conseguir provar que o serviço pode ser melhorado já está de bom tamanho.
Enfim, não só Maringá, mas o Brasil em si tem um ano para tentar mudar, como quer a população. Se vai mudar não se sabe. O que se tem certeza, por enquanto, é que o povo acordou. E parece não querer mais dormir...
Walter Poppi
Foto - Reprodução |
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