14.07.2013 |
Rede Feminina acolhe doentes |
Apoio para o tratamento dos doentes e conforto para os familiares. Esta é a rotina na casa de apoio da Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC). Em Maringá, a entidade acolhe semanalmente cerca de 20 pessoas, entre acometidos pela doença e acompanhantes, que residem em municípios vizinhos.
Mantida por doações e grupo voluntariado, a Rede Feminina – como é conhecida – atende, desde 1983, usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) que estejam em situação de vulnerabilidade social. De acordo com a organização, os chamados tratamentos fora de domicílio (TFD) demandam frequência diária às clínicas e hospitais de oncologia de Maringá. “Nosso trabalho vai além. Diante da condição da maioria dos pacientes, a hospedagem seria insuficiente para amenizar o tratamento”, avalia a coordenadora de projetos para a unidade maringaense, Janaína Mantovani. “Temos uma equipe multidisciplinar que, em muitos casos, desenvolve um papel que deveria ser do Estado”, afirma.
Se necessário, o grupo disponibiliza acompanhamento familiar e orientações jurídicas para a viabilização de direitos ou benefícios. Trabalho que, segundo o médico oncologista José Octávio Haggi, também pode auxiliar na condução psicológica dos doentes. “É comum que parte dos acometidos, principalmente os que não possuem condições financeiras favoráveis ao que a doença exige, enfrente problemas de nível psicológico durante o tratamento. Projetos com estas características são fundamentais para a aceitação da doença como realidade”.
Em 2004, Edith Dias lutou contra o câncer de mama sem precisar de suportes emocionais. Hoje, porém, a coordenadora de cultura do município diz compreender a necessidade daqueles que não aceitam o diagnóstico. “Trata-se de algo maior que personalidade. É questão de nos colocarmos no lugar do outro. Analisando a vulnerabilidade e, ainda mais, a situação de não conhecer ninguém aqui em Maringá, eu imagino o que estas pessoas sofrem”.
Como outros mais de 100 maringaenses, Edith é voluntária das campanhas da Rede Feminina, que promove bazares beneficentes para angariar recursos. “Temos de custear todos os atendimentos, incluindo transporte e refeição dos assistidos. O apoio da população, portanto, é sempre muito bem-vindo”, garante Mantovani.
Tiago Mathias
Foto - Reprodução |
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