04.10.2017 |
O título de 77 |
Pode um fantasma ajudar um time a ser campeão de futebol? Se é que fantasma existe, o fato é que o folclore futebolístico de Maringá na década de 70 plantava este mistério.
Hoje 04 de outubro, vão fazer 40 anos que o futebol de Maringá foi campeão Estadual. Por isso o assunto merece registro. Chicão foi um massagista do antigo Grêmio Esportivo Maringá, na década de 60, por quase 15 anos.
Era querido por todos. Quando o Grêmio acabou, virando MEC, ele foi mandado embora sem qualquer explicação pela diretoria do novo clube. Não recebeu seus direitos e passou então a peregrinar pelas redações de jornais, reclamando do estado em que ficou.
Uma bela tarde, na redação da Folha do Norte, na frente de uns dez jornalistas ele bradou furiosamente: “Nunca mais vocês vão ganhar nada, enquanto não me pagarem”!
A conversa correu solta. Caiu na boca do torcedor da geral do Estádio, onde as lendas folclóricas mais se assentam. E segundo consta, a praga estaria enterrada no gol de entrada do Estádio Willye Davids.
Chicão morreu logo em seguida, não sem antes processar o Grêmio na Justiça.
O fato é que, segundo a lenda, os novos times que se seguiram perdiam jogos incríveis em casa, e tomavam gols mirabolantes, sempre no gol de entrada.
Agora estamos em 1977. O Grêmio de Esportes de Maringá montava uma boa equipe. O Prefeito era João Paulino, e como sempre, exigia que o time fosse campeão. Embora tivesse um bom plantel, a coisa não andava bem. Fomos para a repescagem do campeonato paranaense e em seguida disputaríamos um quadrangular com Atlético, Coritiba e colorado.
Tínhamos no plantel craques como Itamar, Didi, Nivaldo, Freitas, e outros. Tinha que dar certo. E deu. Nos classificamos e fomos decidir o título com o Coritiba.
O primeiro jogo foi em Maringá, e ai é que entra a parte principal do folclore e da ajuda espiritual de Chicão. Segundo os torcedores. O jogo estava zero a zero, quando o juiz marcou pênalti para o Coritiba. No gol de entrada, é claro. Quem foi bater foi Aladim, um atleta que jogou em vários clubes do país e NUNCA havia perdido um pênalti. A bola foi aÍmeia altura e passou a um palmo da trave.
Em seguida, o jogador Itamar marcou de cabeça e ganhamos por um a zero. E em qual gol? No de entrada, mais uma vez...
No jogo em Curitiba empatamos por um gol e fomos campeões. Esse jogo também foi incrível. Itamar marcou um gol misterioso, do meio do campo. Lá do outro lado do goleiro Wagner levou umas vinte boladas no rosto, mas a bola não entrou.
Pode ser que isso tudo seja mera coincidência, ou em função de simples boatos. Por outro lado, aqueles abençoados pela fé, garantem que esse título teve ajuda não só do empenho dos jogadores, mas também da espiritualidade.
Só o Chicão pode confirmar. Esteja onde estiver.
Walter Poppi
Foto - Reprodução |
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