25.04.2017 |
CPI ouve arquiteto e ex-secretários municipais |
Durante nova reunião referente a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga supostas irregularidades no projeto do Terminal Intermodal de Maringá, dois ex-secretários municipais prestaram depoimento na tarde dessa segunda-feira (24), na Câmara de Vereadores.
O convite feito as autoridades da gestão de Carlos Roberto Pupin (PP) foi idealizado em razão das críticas proferidas pelo atual secretário de Obras Públicas, Marcos Zucoloto. No período da manhã, o arquiteto responsável pelo Intermodal também foi ouvido. Objetivo da CPI é identificar responsáveis por erros no projeto encontrados no início deste ano.
Em janeiro deste ano, depois de análises em todo o espaço do terminal urbano, irregularidades foram vistas por engenheiros da nova gestão, fazendo com que um novo projeto tivesse de ser idealizado. Problemas encontrados na fundação do terreno fizeram com que o Terminal tivesse um acréscimo de aproximadamente R$ 3 milhões para que correções sejam realizadas sem comprometer gravemente o cronograma das obras. No dia em que se iniciou a demolição do que agora será antigo terminal, ex-secretários de Planejamento, Laércio Barbão, e de Obras Públicas, Roberto Petrucci Junior, prestaram esclarecimentos ao Legislativo.
Um dos principais problemas questionados pelos vereadores participantes da Comissão se deve a um suposto problema de metragem identificado. No início do projeto, há aproximadamente sete anos, a obra deveria contemplar uma área de 36 mil metros quadrados. Levado para a licitação com esta área demarcada, a proposta final e que será colocada em prática prevê obras em apenas 22 mil metros quadrados. Barbão e Petrucci afirmaram não ter conhecimento sobre esta suposta mudança, bem como o ex-secretário de Obras e que acumulou a pasta de Planejamento e Urbanismo no final do ano passado garantiu que a planilha de metragem já estava pronta.
Sob responsabilidade do consórcio Borelli e Merigo, o estudo do solo fora realizado há um ano no espaço ao lado do terminal urbano, entretanto, neste ano engenheiros localizaram uma rocha de grandes proporções mais distante do que o imaginado pelo projeto original. Além disso, alimentadores da Companhia Paranaense de Energia (Copel) também foram descobertos no espaço. Com isso, o projeto teve de ser refeito em razão da inviabilidade de se dar continuidade as obras com os erros. A progressão do projeto ficou interrompida a partir de julho de 2016, justamente pelos erros na fase de fundação. Ao fim, os parlamentares agradeceram a participação dos dois ex-secretários e afirmaram que os depoimentos prestados terão papel fundamental para a continuidade das investigações.
Arquiteto responsável
Na condição de investigado, José Borelli Neto, responsável pela empresa Borelli e Merigo, prestou depoimento aos vereadores na manhã dessa segunda-feira. Segundo o arquiteto, o objetivo na elaboração do projeto era de criar um terminal que se tornasse referência internacional e que em razão de custos elevados, na etapa inicial, participou da reconstrução da proposta ainda em 2011, para que os custos fossem readequados ao padrão de Maringá. Borelli afirmou que o suposto problema de metragem não fora identificado pelo fato de que o projeto completo, contemplando inclusive o subsolo, foi protocolado na Prefeitura, na última gestão.
Borelli reuniu diversas informações desde a fase de elaboração da proposta, as resumiu e entregou aos parlamentares presentes na sessão como forma de auxiliar no andamento das investigações. Além da área do Intermodal, todos os detalhes sobre os corredores de ônibus, terminais de transbordo e demais partes que contemplam o projeto também foram entregues em documentos que serão analisados pelos vereadores para a elaboração do relatório final da CPI. A Comissão volta a se reunir na tarde desta quinta-feira (27) para ouvir Marcos Mitsuo Miura, Maikon Pereira Rangel, Rogério Malheiros Guedes e Eduardo Hideo Sakae.
Matheus Gomes
Foto - Reprodução |
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