29.04.2017 |
Maringá tem maior protesto do ano contra reformas |
Milhares de servidores públicos, estudantes, aposentados e trabalhadores de empresas privadas realizaram na manhã de ontem (28) atos em diversas regiões de Maringá como parte da Greve Geral, ocorrida nessa sexta-feira em todos os estados e no Distrito Federal. Convocada por centrais sindicais e movimentos sociais, o protesto teve paralisação de parte do transporte coletivo, apoio a greve dos funcionários dos Correios, participação de representantes da igreja católica e palavras de ordem contra o presidente Michel Temer (PMDB) e deputados da região noroeste do Paraná.
Contrários às reformas apresentadas pelo governo federal, cerca de 20 mil pessoas foram às ruas da Cidade segundo os organizadores. O dia de Greve Geral em Maringá teve início às 6 horas com bloqueio parcial de dezenas de manifestantes nas saídas de ônibus na Praça Raposo Tavares, local utilizado enquanto a demolição do terminal urbano é realizada. Por volta das 9 horas, em ato unificado, os manifestantes ocuparam as duas vias da Avenida XV de Novembro, entre as esquinas com a Avenida Herval a Avenida Getúlio Vargas. Nenhum outro ato levou tantas pessoas as ruas neste ano.
A Greve fora realizada em razão da insatisfação dos protestantes contra as reformas previdenciária e trabalhista.
Segundo os organizadores, além da falta de diálogo com a população, ambas as medidas vão prejudicar a classe trabalhadora em diversos aspectos, como o aumento da idade mínima para aposentar, aumento do tempo de contribuição para ter direito ao benefício, bem como aumento da jornada de trabalho e precarização das condições laborais. Desde o começo de 2017, com o anúncio prévio por parte do governo federal, diversas manifestações contrárias as medidas já foram realizadas em Maringá.
O ato dessa sexta-feira ganhou mais adeptos em relação as já realizadas pelo fato de nesta semana a Câmara Federal, em Brasília (DF), ter aprovado em regime de urgência na terça-feira (25) a proposta que promove mudanças na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que estava sendo avaliada na Comissão de Constituição e Justiça. Em menos de 24 horas, o projeto foi ao plenário e recebeu voto favorável de 296 parlamentares.
Como uma forma de protestar contra os parlamentares paranaenses que aprovaram a medida e até o momento se demonstram favoráveis a reforma da previdência, ainda sem prazo para votação, pelo menos 50 pessoas fizeram um “trancaço” dos ônibus, que também recebeu apoio de parte dos motoristas. Logo em seguida, centenas de servidores públicos do estado e da Prefeitura de Maringá também aderiram ao ato. Por volta das 10 horas, cerca de 20 mil pessoas já estavam concentradas em frente à sede do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), localizada na Avenida XV de Novembro. Por volta das 11 horas, os manifestantes percorreram ruas e avenidas do centro, com distribuição de panfletos informativos e palavras de ordem contra deputados e pontos considerados negativos das duas reformas.
De acordo com o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP Sindicato), Luiz Carlos dos Santos, o maior protesto do ano em Maringá teve saldo positivo. “O ato contou com grande participação de trabalhadores e trabalhadoras nas ruas. Contamos com a presença de muitos professores e funcionários das escolas públicas de Maringá e região. Atingimos o nosso objetivo que era o de nos somarmos às centenas de manifestações que tivemos por todo o país contra as reformas da previdência e trabalhista, e também demos nosso recado aos deputados Edmar Arruda e Luiz Nishimori”.
Apesar de acompanhar a manifestação, a Polícia Militar não divulgou estimativas sobre o número de participantes da Greve Geral dessa sexta-feira. Durante as mais de seis horas de protesto, não houve incidência de qualquer incidente ou atos de vandalismo.
Matheus Gomes
Foto - Matheus Gomes |
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