05.09.2019 |
UEM é multada por maus-tratos a animais |
O Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) emitiu multa de R$ 10 mil à Universidade Estadual de Maringá (UEM) e R$ 5 mil para um pesquisador.
Ambos por maus-tratos a animais, considerados de natureza grave; a autuação é por conta da utilização de beagles e uma vira-lata em testes. A denúncia foi feita em 2010 por uma professora de Londrina.
Na ocasião, o juiz Siladelfo Rodrigues da Silva alegou que as condições sanitárias no Biotério Central da UEM eram precárias – o que foi comprovado por um relatório do Conselho de Medicina Veterinária do Paraná – e que experiências feitas pela UEM já são realizadas em seres humanos desde 2001.
A liminar foi concedida depois que o caso chegou até a Promotoria de Justiça de Proteção ao Meio Ambiente, por meio de um abaixo-assinado com cerca de 6 mil assinaturas. A ação do Ministério Público do Paraná também denunciou que os animais eram usados em experimentos odontológicos dolorosos, que os cães eram sacrificados com overdose de anestésico e as carcaças eram incineradas.
A UEM recorreu da decisão e ainda pediu o sigilo do processo para preservar as pesquisas, o que não foi aceito pelo Tribunal de Justiça, que em janeiro do ano passado manteve a liminar. Em julho de 2012, nova decisão da 5ª Vara Cível de Maringá determinou a retirada dos seis cães que permaneciam há pelo menos cinco anos no biotério da UEM.
Os beagles foram resgatados pela Associação Anjos dos Animais e posteriormente colocados para adoção.
“No dia do resgate, os cães foram retirados, passaram por consulta e viera para cá. Era uma tristeza, animais em gaiolas, medicações vencidas, falta de higiene, dentes podres, condições deploráveis. Ficaram por um tempo com a gente e, entre eles, uma vira-lata que não se envolvia com outras pessoas, tampouco animais. Infelizmente essa é a realidade de cães utilizados para testes, sentem dor o tempo todo. Tentamos amenizar esse sofrimento com amor. Que a multa sirva de lição para UEM e que venha para quem acredita que esses animais ainda devem ser utilizados nesses experimentos”, disse Ana Lívia Lavor, proprietária do recanto de animais, em entrevista para repórter Luciana Peña na manhã de ontem.
Por nota, a assessoria de imprensa da UEM informou que a instituição de ensino ainda não foi notificada da decisão do Concea. Por enquanto, nenhum responsável vai se pronunciar.
Victor Cardoso
Foto - Reprodução |
|
|