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Polícia vai apurar apologia à violência contra a mulher por grupo de Whatsapp

Durante troca de mensagens em grupo de Whatsapp um lutador de Jiu Jitsu  disse que bate mesmo em mulher,  “e se ela continuar falando muito boto pra dormir”.

Os áudios circularam em um grupo de Whatsapp na última terça-feira. Na troca de mensagens, os participantes comentam a condenação do professor de biologia que matou uma advogada e jogou o corpo da sacada em um prédio de Guarapuava. O réu pegou mais de 31 anos de cadeia e a pena dividiu os participantes do grupo ligado ao Jiu Jitsu. Entre os que consideram a vítima como culpada pelo crime, estava um lutador identificado como Edson Clayton, que relatava a forma como agride as mulheres. Ele diz: “dou cadeiradas até envergar”.

Após registo de boletim de ocorrência, a Polícia Civil vai investigar o caso.  Segundo a delegada da mulher, Luana Lopes, contra o lutador há um processo por agressão a uma ex-companheira , espancada por ele em 2019. O advogado de defesa de Clayton disse em nota que as conversas estão fora de contexto e que as mensagens capturadas na última terça-feira não guardam nenhuma relação com a ocorrência de dois anos atrás. Em um dos áudios , que já está nas mãos da polícia, o lutador assume que bate em mulher e ainda por cima descreve a forma como age com as suas vítimas : “Ah, eu não tenho paciência, não. Eu já chamo no “doze” e dou cadeirada nas costas até envergar. E se ficar falando muito, eu boto pra dormir”.

A transcrição literal da troca de mensagens mostra um dos internautas comentando a condenação do professor de Guarapuava , Luís Felipe Manvailer, que matou a esposa  Tatiane Spitzner. Luis Felipe era praticante de jiu jitsu. Um dos internautas disse que foi professor dele em Curitiba:  “Esse cara foi meu aluno em Curitiba… Treinou comigo durante uns 5 anos. Dos 16 aos 21 anos de idade. Nunca imaginaria que isso pudesse acontecer. Pensem num cara que não fazia mal para uma mosca… Mas nós nunca vamos realmente conhecer as pessoas. Infelizmente ele fez algo que vai ter de levar no consciente dele pro resto da vida”.

A discussão sobre o caso de Guarapuava  travada entre o grupo de internautas de Maringá esquentou quando alguns dos integrantes  passaram a culpar Tatiane pelo feminicídio. “ Mas tem casos mano, que não é pq o cara é “mal” (sic)”,  disse um internauta. Outro apimentou a discussão afirmando:  “Tem que meter a soqueta e rodar no braço”.  Esta fala recebe apoio do lutador: “Eu bato, não deixo estralar não kkkkk. Tem umas nega forgada véi, tem jeito não, tem que chamar no doze, na bicuda mesmo, não tem dessa. Se vacilar ela te mete cadeira, paulada, pedra, vai pra cima e “regaça”, depois dá uma de inocente: ‘ ai, ele me bateu!’.  Sorte sua que você correu, se não “tinha te rebentado”, te moído no soco. Humpf! Ah, eu não tenho paciência, não. Eu já chamo no “doze” e dou cadeirada nas costas até envergar. E se ficar falando muito, eu boto pra dormir. Ainda chacoalho pra acordar e pra não deixar ali caída no chão. Acorda. Continua xingando? Dorme de novo. Acorda. heheheheheh Depois á noite tá tudo zero! hahahaha”. A agressão do lutador à ex-companheira é acompanhada pela promotora Carla Cristina Castner Martins.

Redação JP
Foto – Reprodução

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