Início Policial Gaeco prende policiais rodoviários por suspeita de corrupção

Gaeco prende policiais rodoviários por suspeita de corrupção

O cumprimento de 56 mandados de busca e apreensão, 15 de prisão preventiva e 27 medidas cautelares de suspensão do exercício da função pública, ocorreu ontem, por conta da Operação Força e Honra. As medidas judiciais são o resultado de investigações iniciadas em agosto de 2020. Entre os presos está o capitão Rodrigo dos Santos Pereira, comandante da 4ª Companhia da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) de Maringá. Também foi preso o vereador de Campo Mourão Sidnei Ronaldo Ribeiro (PSD), acusado de participar do esquema de propina e desvio de mercadorias contrabandeadas, que foram apreendidas em postos da PRE de várias cidades do Noroeste paranaense. O político estava sendo investigado na condição de receptador. Na residência dos policiais presos foram apreendidos aparelhos eletrônicos, dinheiro em espécie e até droga, como cocaína e haxixe.

A Operação Força e Honra apura crimes de concussão, corrupção passiva, peculato, prevaricação, falsidade ideológica, lavagem de ativos e eventual receptação por organização criminosa. O esquema de propina revelado ao longo de quase um ano pelas investigações do Gaeco, funcionava por meio da cobrança de propina e às vezes desvios de mercadorias contrabandeadas do Paraguai. Há suspeita de que os policiais rodoviários envolvidos teriam facilitado também o tráfico de drogas.

Os núcleos do Gaeco de Maringá e do Gepatria, de Umuarama, ambos do Ministério Público, tiveram acesso a dados telefônicos e bancários dos investigados. A promotora de Justiça Juliana Costa disse que o esquema de cobrança de propina era sistemático. “Compristas efetuavam os pagamentos quase que sem haver necessidade de abordagem em razão de que já tinham conhecimento disso e buscavam evitar uma apreensão ao longo da rodovia. Então, de antemão, já se parava no posto, antes, inclusive, da própria viagem e compra dos equipamentos, porque já sabiam da existência desse esquema”, detalha.

A Câmara Municipal de Campo Mourão emitiu nota sobre a prisão do vereador. Ressalta que a prisão não tem nenhuma ligação com o Poder Legislativo, já que a suspeita que recai sobre o vereador é de que ele vendia os produtos receptados na sua loja e a Câmara não tinha conhecimento sobre as operações comerciais do mesmo.

A investigação que terminou com o desmonte do esquema começou após a Corregedoria da Polícia Militar receber a denúncia de uma vítima. Por envolver um oficial , o comandante geral da Polícia Militar do Paraná, coronel Hudson Leôncio Teixeira, acompanhou pessoalmente a ação do Gaeco ontem em Maringá. O coronel fez questão de destacar que “os maus policiais serão punidos e os bons valorizados. Para a Polícia Militar, é uma questão de honra”.

Uma equipe de policiais rodoviários presa na operação, teve apreendido um montante de R$ 43 mil em espécie. Até uma máquina de contar dinheiro foi apreendida com os PMs. Ao todo, 36 policiais rodoviários foram alvos da operação , que mirou também seis empresários e oito empresas, suspeitas de receptação . Os mandados expedidos pelo Juízo da Vara da Auditoria da Justiça Militar e pelo Juízo da 2ª. Vara Judicial de Cruzeiro do Oeste, foram cumpridos em Maringá, Cruzeiro do Oeste, Umuarama, Goioerê, Campo Mourão, Paranavaí, Maria Helena, Doutor Camargo, Mandaguari, Tamboara , Nova Esperança, Uniflor, Jussara, Mandaguaçu, Marialva, Guaíra, Cianorte e Iporã.

Redação JP
Foto – Plantão Maringá

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