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Poços artesianos no entorno podem ser causa de seca no Parque do Ingá

A Câmara Municipal promoveu um evento público para falar da situação que o lago do Parque do Ingá vem atravessando com o tempo seco e chuvas insuficientes para encher o reservatório. O objetivo da iniciativa da vereadora Professora Ana Lúcia foi reunir especialistas para buscar respostas ao problema. Durante a reunião, foi apresentado que as fontes alternativas de captação de água, os poços artesianos, podem ser a principal causa da baixa vazão do lago.

Segundo o gerente regional da Sanepar, Sérgio Portela, o número de poços ou fontes alternativas aumentou 150% em quase 20 anos. Explicou que ficou constatado que a quantidade de poços no entorno do Parque do Ingá, em 2003, era de 51 fontes; já em 2021, foram encontradas 127. Esse total consome 3 milhões de litros água por dia e com a verticalização urbana, a área que fazia a penetração de água no solo diminuiu muito; assim não há reposição.

A revisão do Plano de Manejo do Parque vem colocando em prática, a dois meses, uma solução emergencial: a extensão de galerias pluviais para abastecer o lago com a água da chuva. Porém, a dificuldade está em receber essa água sem lixo urbano para não poluir o lago. Os especialistas reforçam que, se os poços estiverem interferindo realmente, as estruturas serão controlados pelo Instituto Água e Terra (IAT).

O biólogo Rogério Lima, da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), disse que a água também está ficando escassa para estes poços que, atualmente, chegam a 120 metros de profundidade para conseguir captação necessária. Antes tinham 80 metros de profundidade.

“Existem também os poços clandestinos que fogem de qualquer fiscalização. O IAT fará o controle por meio de resolução impedindo ou regrando a atividade para que os impactos não aconteçam. Por isso a parceria é feita com o Estado que tem poder de agir. Em Maringá uma lei está tramitando na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara prevendo a proibição de abertura de novos poços no entorno do Parque”, concluiu o biólogo.

Victor Cardoso
Foto – Reprodução

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