Início Maringá Secretaria de Cultura desmente evento com temática ideológica

Secretaria de Cultura desmente evento com temática ideológica

Um texto divulgado por um perfil nas redes sociais, citando o que seria uma nota da Ordem dos Pastores de Maringá (Opem), apontou discordância com a realização de oficinas artístico-lúdicas que serão promovidas pela Secretaria de Cultura. Na mensagem, o evento ‘A Vida de um Chuveirando’ é descrito como algo que “aborda a temática da ideologia de gênero por meio de contação de histórias.”

“A Opem comunica que, por meio de sua Secretaria de Assuntos Públicos que já está trabalhando para o impedimento desse evento que tem clara intenção de doutrinação ideológica de crianças e adolescente. Estado laico é aquele que não possui religião oficial e que também não adota nenhuma ideologia como oficial. Estamos cobrando uma resposta da prefeitura de Maringá através do gabinete do prefeito e também da Secretaria de Cultura. O evento e o livro estão sendo custeados com verbas municipais”, diz trecho do texto publicado.

Sobre o assunto, a Secretaria também compartilhou algumas informações. Explicou que o escritor João Paulo Baliscei, autor do livro “A vida de um chuveirando”, utilizará a estrutura do Centro de Ação Cultural (CAC) para realizar oficinas artístico-lúdicas, de caráter pedagógico e de contações de histórias, visando a educação a partir do diferente. Segundo a pasta, a ação faz parte de um projeto contemplado no Prêmio Aniceto Matti, da Prefeitura.

“De forma distorcida, lembrando a inquisição na Europa no século XII, a nota induz quem lê a pensar que haveria algum tipo de ‘doutrinação’. O texto claramente dá a entender que pessoas se mobilizarão para não permitir a realização de um evento, programado para o fim do mês. O nome disso não é estado laico, como diz a nota, é censura. Em tom de censura e intimidação à livre expressão de ideias, tem gente mentindo ao dizer que a Prefeitura realiza evento LGBT com dinheiro público”, publicou a Semuc

O secretário de Cultura, Victor Simião, convidou a todos que quiserem que façam a leitura do livro e tirem as próprias conclusões. Disse ainda que “É um livro que fala sobre se sentir diferente e cada leitor faz a interpretação que quiser. Vivemos em uma democracia, os livros e as ideias são livres. À lá Dário (Daniel 6) há quem queira colocar o que considera diferente em uma cova dos leões. Mas, assim como fez Davi na disputa contra o gigante Golias, história registrada em 1 Samuel (capítulo 17), nós resistiremos”, finalizou Simião.

Victor Cardoso
Foto – Reprodução

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