O Hospital Psiquiátrico de Maringá lançou a campanha “Saúde Mental no Pós-Pandemia – Um Novo Olhar” que, de acordo com a direção, será para refletir a forma de como enfrentar as sequelas na vida psíquica e emocional no pós-pandemia. A ação terá divulgação em redes sociais, meios de comunicação e vai disponibilizar consultas ambulatoriais agendadas com o corpo clínico do hospital.
“O tema é efetivamente muito importante, pois já vínhamos sentindo um aumento de transtornos durante a pandemia e, agora, com esse retorno gradual à normalmente, vêm à tona os traumas psíquicos e emocionais. Antes da pandemia causada pela Covid-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já apontava o Brasil como o país mais ansiedade do mundo: eram 18,6 milhões de pessoas, 9,3% da população. Com o início da pandemia, o levantamento Percepções do Impacto da Covid-19, feito pela Ipsos em março deste ano, constatou que o Brasil lidera o ranking internacional de solidão. Metade dos entrevistados brasileiros (50%) declarou se sentir sozinha e 52% disseram que esse sentimento aumentou nos últimos seis meses”, apontou o médico psiquiatra e diretor clínico do HPM, Paulo Vecchi Abdala.
Paulo ressaltou os grupos mais vulneráveis, como idosos, que devem ser olhados com atenção. Na lista também estão os profissionais de saúde, impactados diretamente, em que muitos podem desenvolver problemas, como a síndrome de Burnout e transtornos de ansiedade; e os curados da doença, cerca de 35% dos pacientes apresentam quadros de depressão ou estresse pós-traumático. Algumas famílias, devastadas pelo luto, também devem ser observadas.
“Chamo a atenção também para pessoas que já passavam por tratamento, apresentando quadros leves ou graves de transtornos mentais. Esses também precisam de muita atenção, pois para muitos os quadros se agravaram. Acredito que a sociedade de forma geral, os agentes públicos, as organizações, empresas, precisam olhar para esse sofrimento generalizado deixado por essa pandemia”, acrescentou o diretor clínico.
Especialistas apontam para uma espécie de “estado de angústia coletivo”, um pânico generalizado que se manifesta não só em pessoas que já faziam algum tipo de acompanhamento psicológico, mas até mesmo em pessoas definidas por eles como funcionais. Apatia, irritabilidade, distúrbios de apetite, insônia e até déficit de atenção são sintomas cada vez mais corriqueiros. Segundo o médico, a campanha chama a atenção para um novo olhar nesse pós-pandemia.
SERVIÇO
Para mais informações entrar em contato pelo e-mail @hospitalpsiquiatricodemarin.
Victor Cardoso
Foto – Reprodução