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Sacrifícios da própria vida

Volta e meia somos convidados a palestrar, palavra que aprendi com mais antigos, significa conversar, no meu caso, trazer assuntos sobre o Evangelho, sob o ponto de vista da Doutrina Espírita.
Para a próxima reflexão, em junho, coube-me estudar as respostas contidas no Capítulo V, itens 29 a 31 do Livro ESE, ditadas pelo Espírito São Luís, em 1860, na codificação feita por Alan Kardec, tendo como tema o título deste texto.
São Luís foi Rei da França, ( Luís IX) de 1.226 até sua morte em 1.270. Consta que enfrentou conflitos com poderosos nobres consolidando a supremacia real levada a cabo por seu Avô Felipe Augusto.
Um rei reformador, lançou as bases da justiça real francesa, na qual o monarca era o juiz supremo, a quem qualquer pessoa podia apelar para buscar a reforma de um julgamento. Proibiu-os por provação, tentou impedir as guerras privadas que estavam assolando o país e introduziu a presunção de inocência no processo criminal. Era admirado por seus súditos e por toda a Europa, como um soberano extremamente justo. Chegava a ficar várias vezes na semana sob um carvalho, no Castelo de Vincennes, ouvindo os apelos e pedidos de pessoas de todas as classes.
Suas ações foram inspiradas nos valores cristãos. Construiu inúmeros hospitais, leprosários, orfanatos e escolas, era notadamente conhecido pela sua caridade e cuidado com os pobres e doentes.
Morreu em 25 de agosto de 1270 e foi canonizado, como santo, pelo Papa Bonifácio VIII em 1297. É o padroeiro da cidade de São Luís do Maranhão.
À pergunta se aquele, desgostoso da vida, mas sem querer extingui-la pelas próprias mãos, será culpado se procurar a morte num campo de batalha, pensando em tornar útil sua morte, o espírito São Luís respondeu: Que o homem se mate ele próprio, ou faça que outrem o mate, o propósito é sempre cortar o fio da existência. Há suicídio intencional, se não de fato. É ilusória a ideia de que a morte servirá para alguma coisa.
E prosseguiu : Se um homem se expõe a um perigo iminente para salvar a vida a um de seus semelhantes, sabendo de antemão que sucumbirá, pode o seu ato ser considerado suicídio? Desde que no ato não entre a intenção de buscar a morte, não há suicídio, mas, apenas devotamento e abnegação, embora também haja a certeza de que morrerá. Que quem pode ter essa certeza? Quem poderá dizer que a Providência não reserva um inesperado meio de salvação para o momento mais crítico? Não poderia ele salvar mesmo aquele que se achasse diante da boca de um canhão? Pode muitas vezes dar se que ela queira levar ao extremo limite a prova da resignação e, nesse caso, uma circunstância inopinada desvia o golpe fatal.

Os que aceitam resignados os sofrimentos, por submissão à vontade de Deus e tendo em vista a felicidade futura, não trabalham somente em seu próprio benefício? Poderão tornar seus sofrimentos proveitosos a outrem?
Podem esses sofrimentos ser de proveito para outrem, material e moralmente: materialmente se, pelo trabalho, pelas privações e pelos sacrifícios que tais criaturas se imponham, contribuem para o bem-estar material de seus semelhantes; moralmente, pelo exemplo que elas oferecem de sua submissão à vontade de Deus. Esse exemplo do poder da fé espírita pode induzir os desgraçados à resignação e salvá-los do desespero e de suas consequências funestas para o futuro.’
Voltando ao título, digo eu, a palavra sacrifício que significa abandono forçado ou voluntário de algo precioso, renúncia, abnegação, isenção, juntada à expressão ‘própria vida’, que pode ser, na ótica reencarnacionista, compreendida por uma existência no corpo físico, formam uma outra que deve ser entendida como morte não natural de uma pessoa.
É um dos temas que temos dificuldades em falar e às vezes tornam tabus. O problema é que isso pode causar tormentos para muitas Almas que ficam vagando nas dores, sem encontrar apoio para uma nova realidade, seja no corpo físico ou fora dele.
Viva a vida !

Akino Maringá, colaborador
Foto – Reprodução

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