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Necessidade do trabalho

Uma amiga postou em uma rede social o seguinte: ‘Às vezes me sinto cansada, exausta de tudo. A vontade de parar de lutar é grande. Só trabalho, meu Deus que vida é essa’?

Como a conheço e sei que já freqüentou reuniões, assistindo palestras sobre o Evangelho à luz da doutrina espírita, ouso tentar apresentar resposta para ela e todos que queiram refletir sobre a necessidade do trabalho, apresentando um texto:

‘Ao contrário do que alguns pensam, o trabalho é uma Lei da Natureza que, como decorrência, deve ser respeitada e cumprida. É, ao mesmo tempo, um dever e uma necessidade, uma vez que não trabalhar constitui infração à lei, que claramente produz sérias consequências (com exceção de algumas poucas hipóteses – perfeitamente admissíveis e compreensíveis).

A toda evidência, não se trata de castigo como algumas pessoas chegam a externar, às vezes, até mesmo publicamente. Com efeito, se Deus houvesse isentado do trabalho do corpo o homem, seus membros se teriam atrofiado. Se o houvesse isentado do trabalho da inteligência, seu espírito teria permanecido na infância, no estado de instinto animal. Por isso é que lhe fez do trabalho uma necessidade e lhe disse: Procura e acharás; trabalha e produzirás. Dessa maneira serás filho das tuas obras, terás delas o mérito e serás recompensado de acordo com o que hajas feito. Assim, trata-se de uma excelente oportunidade de, honestamente, ganhar o pão de cada dia e de aperfeiçoar cada vez mais a inteligência.

As dificuldades e os problemas, que surgem em toda e qualquer atividade produtiva, são verdadeiros desafios que precisamos enfrentar com naturalidade em nosso dia a dia, ocasião em que nossa inteligência é agitada e impulsionada na busca das melhores soluções, razão pela qual progredimos e avançamos pela via do seu aperfeiçoamento.

Não é difícil entender a necessidade do trabalho. Basta que lembremos que no planeta Terra, por exemplo, nossa existência transcorre em regime de interdependência, ou seja, dependemos uns dos outros. E é muito bom que assim seja, porque cada um presta o seu contributo à coletividade, de tal modo que colabora para o equilíbrio das necessidades materiais e intelectuais e, também, para o equilíbrio das relações humanas e sociais.

Não importa o trabalho desempenhado, do mais simples ao mais complexo, todas as atividades são importantes, visto que dependemos uns dos outros, sem exceção. Quando estiver trabalhando, sinta-se dedicado ao que faz, e por isso, vitorioso, por mais simples seja a sua atividade.’

E para concluir este texto de Antonio Moris Cury, publicado no Jornal Mundo Espírita da FEP, analiso diretamente a postagem da minha amiga:

Todos nós, em algum momento da atual existência, nos sentimos cansados, exaustos. Mas não podemos parar de lutar. Felizes nós que temos ocupações úteis, estando empregados, ou desenvolvendo atividade empresarial, quando tantos estão à procura de um emprego e qualquer outra fonte, honesta, de renda, muitas vezes sem sucesso.

Aprendemos, através da filosofia espírita, que Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. Que a inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a Sua natureza. Que Ele é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom, e ainda assim não temos uma idéia completa de seus atributos.

Que a vida é eterna, divididas em existências, ora no plano físico, como estamos agora, ora no plano espiritual, para onde todos iremos ao final da jornada nesse mundo de provas e expiações.Estar encarnado é trabalhoso, demanda lutas, labutas e não devemos nem pensar em desistir.

Trabalhar é necessário, seja numa atividade remunerada, se precisamos para nossa subsistência e também como co- partícipes na obra da criação. Todos somos servos, no sentido de servidores, do Criador.

Força coragem, fé, paciência e perseverança, minha amiga. Quando sentir vontade de parar, lembre-se da necessidade do trabalho.

Akino Maringá, colaborador
Foto – Reprodução

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