Já ouviu falar em feedback? Se o termo não faz parte do seu cotidiano, certamente a prática do feedback já aconteceu com você em algum momento.
Feedback é o termo usado para aquela avaliação que se faz a respeito do seu trabalho, do seu comportamento em algum contexto específico. No cenário atual, onde a interação e a comunicação eficaz são elementos-chave para o sucesso, o feedback se torna uma ferramenta indispensável. Ele permite a identificação de pontos fortes e áreas de melhoria, possibilitando o ajuste de estratégias, aprimoramento contínuo e alinhamento com as expectativas.
Por exemplo, se você é uma pessoa que trabalha com vendas, o feedback seria uma avaliação bem fundamentada – por parte de um superior ou até mesmo de um cliente – da sua conduta profissional, de como você atende as pessoas, de como apresenta os produtos etc.
O feedback é uma ferramenta comum no ambiente de trabalho, acadêmico e até mesmo nas relações pessoais. Entretanto, é muito difícil receber um feedback. Acho que ninguém gosta. De certo modo, nos sentimos avaliados. Mais do que isso, nos sentimos expostos. Parece que quem oferece o feedback expõe a nossa nudez.
O feedback desconstrói a imagem que temos a nosso respeito. Ou que tentamos esconder das outras pessoas. Nossas imperfeições, fragilidades ou mesmo o fato de nem sempre sermos tão produtivos como gostaríamos são evidenciados num feedback.
Por isso, o feedback é muitas vezes encarado com receio e apreensão.
Na essência, o feedback é uma forma de avaliação que, se bem estruturada e entregue, pode levar ao crescimento e desenvolvimento pessoal. O desconforto em recebê-lo se dá, em grande parte, como citei, por nos sentirmos expostos. E é normal se sentir desconfortável.
O ser humano tem uma tendência natural de querer pertencer, de ser aceito, e isso muitas vezes nos leva a criar uma imagem idealizada de nós mesmos. Às vezes, até identificamos nossas fragilidades, mas sempre temos justificativas para fazer as coisas como estamos fazendo.
Então, quando essa imagem é ameaçada ou questionada, seja por um feedback ou por qualquer outro meio, pode gerar sentimentos de inadequação ou vulnerabilidade.
O feedback, quando não é positivo, pode nos obrigar a enxergar (ou tratar) aquilo que tentamos esconder, seja de nós mesmos ou dos outros.
As nossas falhas, medos e inseguranças são evidenciadas, e isso pode gerar um confronto interno. Em vez de ser uma mera observação, o feedback é percebido como um espelho que reflete nossas imperfeições.
Além disso, em uma sociedade que valoriza tanto a produtividade e o sucesso, ser apontado como alguém que não atingiu um padrão ou que tem pontos a melhorar pode ser devastador para a autoestima.
Todavia, é importante lembrar que o feedback não é sobre apontar falhas por apontar, mas sim sobre crescimento e desenvolvimento. E, para que ele seja efetivo, é preciso que haja uma mudança na forma como o percebemos.
Entretanto, por mais que o feedback soe como uma crítica avassaladora, procure respirar fundo e ouvir. Sempre há algo que podemos aproveitar.
Para aproveitar melhor o feedback, veja as dicas:
Mantenha a mente aberta: Entenda que todos têm pontos a melhorar. O feedback é uma oportunidade de crescimento, e não uma crítica pessoal.
Separe a pessoa do feedback: Lembre-se de que o feedback é sobre o comportamento ou ação, e não sobre quem você é como pessoa.
Peça exemplos: Ao receber o feedback, peça para a pessoa ilustrar, explicar com exemplos. Isso ajudará a entender melhor o feedback e como você pode melhorar.
Reflita antes de responder: Se você se sentir atacado, respire fundo e dê a si mesmo tempo para processar a informação antes de reagir.
Veja o feedback como uma oportunidade: Em vez de vê-lo como uma crítica, veja-o como uma chance de aprender e crescer.
Em resumo, enquanto o feedback pode inicialmente ferir nosso ego, ele também é uma valiosa ferramenta para o desenvolvimento pessoal e profissional. A chave é aprender a abordá-lo com uma mente aberta e uma atitude positiva.–
Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras | Doutor em Educação
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