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Somos ou estamos?

    O   conceituado jornalista, José Maschio , o Ganchão,  graduado  com habilitação em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (1983), e experiência na área de Ciência Política,  ênfase em Jornalismo Investigativo. Que foi repórter da Folha de S. Paulo de outubro de 1987 a dezembro de 2010, especializado na investigação jornalística de crimes de lavagem de dinheiro, corrupção em órgãos públicos, fronteiras e questão agrária, postou em uma rede social o seguinte questionamento: ‘ Somos ou estamos? Bora refletir’.

       Ocorreu-me a lembrança  de Eduardo Portela,  então Ministro da Educação, Cultura e Desportos, no governo João Figueiredo de 15 de março de 1979 a 26 de novembro de 1980, que deixou registrada nos anais da história a frase: “Não sou ministro, estou ministro”, demonstrando a transitoriedade do cargo público. E que ao deixar o Ministério por defender a valorização dos professores, recebeu o apoio de intelectuais como o do Alceu Amoroso Lima, registrado em artigo no Jornal do Brasil, intitulado: “Caiu para cima”.

      Mas a questão levantada por Ganhão, filosoficamente pode ser entendida, como a preocupação em saber quem somos, de onde viemos, para onde vamos, dúvidas como as que tinha o filósofo  René Descartes ao formular a frase icônica: “Penso, logo existo” (cogito, ergo sum).

      Descartes, considerado o fundador da filosofia moderna, chegou a esta célebre frase enquanto buscava traçar uma metodologia para definir o que seria o “verdadeiro conhecimento”. Filósofo e matemático desejava obter o conhecimento absoluto, irrefutável e inquestionável. Mesmo tendo frequentado as melhores universidades da Europa, achava que não tinha aprendido nada de substancial (com exceção da matemática) em seus estudos. Para ele não havia nenhuma certeza verdadeira além da dúvida. Então, duvidou de tudo, inclusive da sua própria existência e do mundo que o rodeava.

      Com base na filosofia espírita, que tem como um dos princípios da pluralidade das existências, aprendemos que não somos Maria, José, Marta ou João, por exemplo. Estamos encarnados em corpos físicos de gêneros masculinos ou femininos, que recebem nomes de registros, mas somos espíritos (alma), palavras que servem para designar os seres humanos,  imortais, ora considerados vivos, e ora ‘falecidos’, quando os ‘corpos de carne’, perdem totalmente a vitalidade.

      O Espiritismo revela conceitos novos e mais aprofundados a respeito de Deus, do Universo, dos homens, dos Espíritos e das leis que regem a vida. Revela, ainda, o que somos, de onde viemos, para onde vamos, qual o objetivo da nossa existência e qual a razão da dor e do sofrimento. Respeita todas as religiões e doutrinas, valoriza  os esforços para a prática do bem e trabalha pela confraternização e paz entre todos os povos, independentemente de  raça, cor, nacionalidade, crença, nível cultural ou social.  Reconhece que “o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza”.

      Somos os são os seres inteligentes da criação, constituindo o mundo dos Espíritos, que preexiste e sobrevive a tudo. Fomos criados simples e ignorantes e estamos em processo de evolução intelectual e moralmente, passando de uma ordem inferior para outra mais elevada, até a perfeição, preservando a individualidade, antes, durante e depois de cada encarnação, onde podemos estar em um corpo com características masculinas ou femininas.

      Se somos seres inteligentes, temos que concluir que há uma Inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas e os Espíritos Superiores assim definiram, Deus, o criador de tudo e todos.

 Mas como podemos encontrar prova da existência de Deus? Num axioma que se aplica às ciências, que não há efeito sem causa. Se procurarmos a causa de tudo o que não é obra do homem, a razão nos responderá.

      E para concluir, diria que somos e estamos. Somos criaturas de Deus e estamos a serviço Dele, ainda que muitos pareçam trabalhar para ‘coisa ruim’.

Akino Maringá, colaborador
Foto – Reprodução

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