Início Destaques do Dia Ameaças virtuais entre adolescentes na Cidade acendem alerta e mobilizam autoridades

Ameaças virtuais entre adolescentes na Cidade acendem alerta e mobilizam autoridades

Mensagens com ameaças e intimidações entre adolescentes, disparadas via WhatsApp, têm preocupado autoridades da Cidade. De acordo com relatos recebidos por órgãos de proteção, crianças e adolescentes vêm utilizando o aplicativo para compartilhar conteúdos ameaçadores, alguns supostamente combinados em grupos, o que tem sido tratado, por vezes, como “brincadeira”, mas com potencial de causar sérios prejuízos à saúde emocional e ao ambiente escolar.

As denúncias foram encaminhadas ao Juizado da Infância e Juventude, ao Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria) e ao Conselho Tutelar. A Polícia Civil já teve conhecimento dos casos e iniciou investigações, com notificações aos responsáveis pelos adolescentes envolvidos.

A delegada de Polícia Civil do Paraná, Dra. Eliete Kovalhuk reforça que atos como os relatados, mesmo quando praticados em redes sociais, podem ser enquadrados como atos infracionais, passíveis de responsabilização. “Mensagens que intimidam, ameaçam, causam prejuízos à questão da imagem e intimidade, são considerados atos infracionais”, afirma.

Segundo ela, o mesmo arcabouço legal se aplica em todo o Estado do Paraná. “A experiência que temos mostra que essas situações precisam de ação rápida da rede de proteção. O bullying, por exemplo, também pode ser enquadrado como ato infracional. E deve ser denunciado e investigado para evitar prejuízos ao desempenho escolar e à integridade dos estudantes”, destaca.

Kovalhuk também aponta que, embora o Conselho Tutelar seja um órgão de proteção, ele deve acionar a Polícia Civil em casos que envolvam possíveis crimes ou infrações. “O Conselho pode aplicar medidas de proteção, mas é a polícia quem conduz a investigação e define os encaminhamentos legais e, se for o caso, socioeducativos”, explica.

As autoridades reforçam que a atuação integrada entre escola, família, Conselho Tutelar e polícia é fundamental para coibir esse tipo de comportamento e garantir um ambiente seguro para crianças e adolescentes. A orientação é para que pais e educadores fiquem atentos a mudanças de comportamento e a conteúdos compartilhados entre os jovens, especialmente em plataformas digitais.

Para Daniele Silva Souto, mãe de um estudante, o celular é uma grande preocupação. “Vejo meu filho mexendo no celular, ele tem grupos com os amigos, mas estou sempre de olho no que estão conversando, se aquilo está realmente adequado para a idade. Muitos jovens compartilham e brincam com assuntos que não são adequados, pois pensam que não sofrerão nenhuma consequência”, comenta.

A pedagoga J.D.B também abordou o assunto, comentando sobre os perigos da internet. “É preciso muita cautela e cuidado ao lidar com grupos como esses. Os adolescentes são espertos, mas não possuem a consciência de que aquilo que conversam entre amigos pode ser crime. Deve-se haver palestras e conversas para que realmente compreendam a gravidade”, declara. 

Casos suspeitos podem e devem ser denunciados, inclusive de forma anônima, para os canais oficiais da Polícia Civil ou diretamente ao Conselho Tutelar.

Da Redação
Foto – Reprodução

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