
Com o país enfrentando um cenário alarmante de endividamento, a Semana Maringaense de Educação Financeira tem chamado a atenção para um dos problemas mais graves da atualidade: o crescimento descontrolado das apostas em plataformas digitais, conhecidas como bets, e cassinos online. A discussão foi o foco da palestra magna promovida na noite desta quarta-feira (14), na Sociedade Rural, durante a 51ª Expoingá.
O evento foi promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem) e integra uma série de atividades educativas com o objetivo de estimular o consumo consciente, o planejamento financeiro e a prevenção do superendividamento.
Segundo dados apresentados durante a palestra, três em cada quatro famílias brasileiras estão endividadas, muitas delas em situação de superendividamento, cenário agravado pelo vício em apostas digitais.
O convidado especial foi Paulo Portinho, gerente de Educação Financeira da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ele classificou as bets como um risco moral e financeiro sem precedentes.
“A ideia para ajudar as pessoas a terem consciência é fazer com que eles entendam que ninguém sabe para onde o dinheiro está indo, quem é o dono de uma casa de apostas, essa pessoa que está ganhando dinheiro pode estar financiando algo que pode destruir a vida do seu filho, a única saída para que as pessoas se conscientizem é apelar para a situação moral do negócio”, alertou Portinho.
A coronel Audilene Rosa, coordenadora do Procon de Maringá, reforçou os impactos negativos das apostas na vida dos cidadãos. “Além do problema da falta de educação financeira, muitas pessoas estão fazendo empréstimos para apostas, com o sonho de ficarem milionárias e se afundam cada vez mais em dívidas e vícios”, afirmou.
Segundo ela, o Procon tem prestado apoio a quem sofre com esse tipo de compulsão, e convida a população a procurar o órgão para orientações e encaminhamentos.
Da Redação
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