
Maringá conta agora com uma nova política pública voltada à inclusão de imigrantes no mercado de trabalho com a Lei nº 11.937/2025, de autoria da vereadora Professora Ana Lúcia (PDT), que estabelece critérios para o reconhecimento de empresas que contratam imigrantes, refugiados e apátridas, promovendo oportunidades de trabalho digno e estímulo ao empreendedorismo.
A legislação prevê a criação do Selo Empresa Amiga do Imigrante, que será concedido em três categorias, de acordo com o percentual de trabalhadores imigrantes contratados: o Selo Ouro será destinado a empresas com pelo menos 25% de seus funcionários formados por imigrantes, inclusive em cargos administrativos e gerenciais; o Selo Prata reconhecerá empresas com no mínimo 10% de imigrantes em suas equipes, com atuação em funções administrativas; já o Selo Bronze será concedido a organizações que tenham ao menos um imigrante contratado.
A proposta legislativa surgiu a partir de demandas identificadas por estudantes da Universidade Estadual de Maringá (UEM), integrantes do projeto de extensão Lavi, da Enactus UEM, que atua diretamente com a comunidade migrante.
Para a vereadora Ana Lúcia, o envolvimento dos estudantes foi essencial para a construção da proposta. “É uma iniciativa inspiradora, que reconhece os saberes e as experiências que os imigrantes trazem consigo, além de valorizar a diversidade no ambiente de trabalho”, afirmou.
Segundo estimativas da Secretaria Municipal de Juventude, Cidadania e Migrantes, cerca de 14 mil imigrantes vivem atualmente em Maringá e região. A maioria, cerca de 60%, é de origem venezuelana.
HISTÓRIAS
Entre as histórias que ilustram essa realidade está a da venezuelana Wendi Alexandra Urbano Leon, de 32 anos. Mãe de quatro filhos, ela chegou ao Brasil há três anos, após deixar sua cidade natal, Barcelona, em meio à grave crise alimentar e financeira da Venezuela. “A compra da semana não durava três dias. Não foi aventura, foi necessidade”, relata. Após um período em abrigo na fronteira, Wendi chegou ao Paraná e hoje trabalha como auxiliar de serviços gerais na Câmara Municipal de Maringá.
Outra imigrante que encontrou na Cidade uma nova chance é Nayle Josefina Dias Dias, de 48 anos, também venezuelana. Professora por mais de duas décadas em Ciudad Bolívar, ela decidiu deixar o país quando o salário se tornou insuficiente para sustentar a família e atualmente, Nayle também trabalha na Câmara Municipal e afirma que não pretende voltar à Venezuela.
Da Redação
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