
O domingo foi marcado por situações controversas envolvendo a administração municipal e a área de proteção a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Pela manhã, o prefeito Silvio Barros e a Secretaria da Criança promoveram uma caminhada com o tema EU PROTEJO, no Parque do Ingá, para conscientizar a população sobre a importância de cuidados e atenção com menores. Já no período noturno, o prefeito participou de uma busca pela Cidade para encontrar crianças atendidas pelo Abrigo Municipal que fugiram duas vezes do local alegando maus tratos.
A primeira fuga ocorreu depois das 20 horas com participação de sete crianças entre 7 e 11 anos. O grupo foi encontrado na região do Maringá Velho pela Polícia Militar que acionou o Conselho Tutelar da Zona Sul, que recusou atender a ocorrência alegando se tratar de caso policial. Para os policiais que encontraram as crianças, o encaminhando é de responsabilidade do município por se tratar de agressão sofrida dentro do Abrigo, discussão que levou a ocorrência demorar três horas para só depois os menores voltarem ao local. A PM registrou um B.O. contra a conselheira tutelar que recusou atender o caso.
Das sete crianças que retornam ao Abrigo, cinco fugiram novamente pouco tempo depois e foram encontradas por um comerciante da Avenida Mandacaru que ligou para a polícia e ficou com as crianças até a chegada da PM e do prefeito Silvio Barros, que registrou bastante indignado o ocorrido na internet. A situação foi resolvida próximo a uma hora da madrugada.
Ontem, o prefeito reuniu os responsáveis por atendimentos a crianças e adolescentes para verificar a situação do imóvel onde funciona o Abrigo Municipal e como os menores são assistidos pelos profissionais. “É inadmissível que a prefeitura realize uma ação pedindo proteção para crianças e não permita que o atendimento feito por ela mesmo seja precário ao ponto de menores fugirem. Uma coisa é certa, o abrigo não pode permanecer onde está e as crianças tem que receber cuidado, amor, educação e prazer de estar ali. As coisas irão mudar”, afirmou Silvio Barros.
NOTA PREFEITURA
A Prefeitura de Maringá, por meio da Secretaria de Assistência Social, informa que o município está apurando as denúncias. As crianças e os servidores da unidade serão ouvidos por uma equipe especializada, para investigar os relatos feitos pelas crianças acolhidas.
A administração municipal também está em busca de um novo imóvel. Essa solução diminuirá o número de crianças no atual abrigo, dando condições de as equipes técnicas realizarem um trabalho mais efetivo. O município também atua no fortalecimento do serviço Família Acolhedora, com o credenciamento de novas famílias para acolher as crianças. O programa é a medida mais adequada para o acolhimento temporário das crianças, proporcionando um ambiente saudável e afetivo enquanto aguardam as decisões judiciais.
O Família Acolhedora garante um ambiente seguro, afetuoso e estruturado enquanto os menores aguardam definição sobre o futuro. Durante o período de acolhimento, as famílias são responsáveis por cuidados básicos como alimentação, saúde, higiene e educação, além de oferecerem um convívio afetivo e respeitoso.
NOTA MIA
O MIA – Movimento da Infância e Adolescência há quatro anos clama por atenção, afeto e dignidade às crianças em situação de acolhimento institucional. Após diversas visitas técnicas, relatamos com urgência a necessidade de: Acolhimento humanizado, em local com caráter residencial, como determina a lei; Separação entre meninos e meninas; Atendimento prioritário por profissionais habilitados para crianças com transtornos mentais; Implantação de Casas Lares, separando provisórios dos aptos à adoção; Espaço adequado para atendimento às famílias e visitas fora do abrigo, garantindo a proteção das crianças; Segurança 24h, com vigilância no local. Essas crianças não podem esperar! É hora do poder público agir!
Dayani Barbosa
Foto – Reprodução