
Quando foi noticiada a morte de Sebastião Salgado, um dos maiores fotógrafos nos últimos tempos, em todo o Planeta, o jornalista Juca Kfouri , escreveu uma coluna em UOL, com o título: ‘A Humanidade perdeu três gigantes em um mês’, o seguinte:
‘Entre 21 de abril e 23 de maio três dos maiores humanistas da História do planeta foram embora. O Papa Francisco, aos 88 anos, o político Pepe Mujica, aos 89, e o fotógrafo Sebastião Salgado, aos 81.
Um argentino, um uruguaio e um brasileiro. Três sul-americanos que viveram intensamente e que deixam um legado de solidariedade humana e esperança. Porque ao entregarem suas vidas ao próximo, marcaram a existência deles na dedicação de cada trajetória além de si mesmos, humilde e generosamente.
Francisco, Mujica, Salgado: três sinônimos de fraternidade. O mundo faz mais que chorar suas partidas, os reverencia como dignos da perpetuidade’.
Brilhante, como sempre, Juca disse em poucas palavras o que pensamos sobre as três personalidades citadas, mas para alguém confessadamente ateu, logo me chamou a atenção o título e a expressão a ‘humanidade perdeu’.
Juca Kfouri já expressou essa posição em diversos artigos e entrevistas. Em um artigo de 2009 para a Folha de São Paulo mencionou que o pai o aconselhou a se identificar como agnóstico em vez de ateu, argumentando que a posição de ateu exigia mais “cultura”. A propósito, vale destacarmos que principal diferença entre ateu e agnóstico reside na questão da certeza sobre a existência ou não de uma divindade. O ateu nega a existência de Deus ou de qualquer divindade, enquanto o agnóstico considera impossível provar ou ‘desprovar’ a existência de um ser divino, seja ele um ou vários.
Os ateus, em geral, consideram a morte como o fim da existência física, sem uma vida após a morte ou um mundo espiritual. Para eles, a morte representa a cessação definitiva da consciência e da identidade individual. Assim, sendo o jornalista, descrente da continuidade da vida após a morte, no primeiro momento pensei que ele poderia ter escrito que os três gigantes da humanidade desapareceram, mas pensando melhor, apenas repetiu o que muito dizem sobre mortes de entes queridos, como por exemplo, perdi meu pai, perdi um filho…
Sobre eles , que para nós, à luz da doutrina espírita, deixaram o mundo dos encarnamos, em virtude da morte dos corpos físicos que lhes serviram de veículos de manifestação na existência física, retornando ao Mundo Espiritual ,de onde todos viemos e para onde voltaremos, pois essencialmente somos uma Alma ( Espírito), que aqui estamos no corpo, imortais, portanto, podemos dizer que:
Sebastião Salgado não foi apenas um dos melhores fotógrafos nos últimos tempos, é um ser humano enobrecedor da raça humana, que disse que em certo momento, testemunhando o genocídio em Ruanda: ‘Cheguei a um campo de refugiados e vi 15 mil, 20 mil pessoas morrerem todos os dias. Já não era mais possível enterrá-las uma a uma. Era preciso usar escavadeiras para abrir buracos enormes e despejar 20 ou 30 corpos de uma vez. Foi tão brutal que fiquei doente – realmente doente. Tive vergonha de fazer parte da espécie humana (…)
Talvez tenha sido o que Papa Francisco, outro gigante citado por Kfouri, definiu como acídia sensação que afeta especialmente aqueles que se sentem sobrecarregados pelas exigências da vida moderna, ou melhor definindo, questão de empatia, sensibilidade de um espírito evoluído diante da insensibilidade e brutalidade de espíritos que ainda parecem primitivos.
E Pepe Mujica , que disse certa vez: ‘Deus não existe, mas espero estar errado’.“A natureza inventou a vida, que é maravilhosa. Mas todas as coisas vivas estão condenadas a morrer’.(…) ( fonte site da CNN Brasil), é um exemplo de simplicidade, solidariedade, sem necessidade de religiosidade.
Voltando ao título, gigantes de humanidade todos podemos, devemos e seremos, só depende de cada de nós, o quando alcançaremos tal condição.
Akino Maringá, colaborador
Foto – Reprodução