
Crescem em Maringá e em outras cidades as reclamações de consumidores sobre o aumento expressivo nas faturas de energia elétrica, especialmente após a instalação dos novos medidores inteligentes da Copel. Moradores relatam valores que ultrapassam, em muito, o consumo médio anterior, gerando desconfiança sobre a precisão das leituras.
“Me mudei há três meses e as contas começaram a vir com valores muito acima do que costumo consumir. Moro sozinho, gasto cerca de 80 kWh por mês, mas me cobraram 200 kWh. Fui conferir a leitura e estava errada. A Copel disse que a medição está sendo feita por média, de forma virtual. Abri um chamado e estou esperando retorno”, contou Augusto Silva.
Situação parecida vive Bruna Santos. “Sempre morei sozinha e minha conta nunca passou de R$ 120, mesmo usando ar-condicionado. Agora está vindo o dobro. Notei divergências nos valores e abri reclamação”, afirmou. Já Aline, que costumava pagar R$ 80, passou a receber faturas de R$ 215. “Fiquei desconfiada porque os valores estavam idênticos todo mês. Pedi uma leitura presencial.”
Casos como esses têm se multiplicado em várias regiões. Em Cascavel, por exemplo, o Procon registrou mais de 6 mil reclamações contra a Copel somente nos primeiros meses de 2025, cerca de 90% relacionadas a aumentos nas faturas e à instalação dos novos medidores.
A Copel informou que esses aparelhos fazem parte do programa Rede Elétrica Inteligente, que substitui os medidores analógicos por modelos digitais mais modernos. Esses equipamentos realizam leitura em tempo real, possibilitam religamento remoto e detectam falhas automaticamente, o que, segundo a companhia, aumenta a eficiência no restabelecimento do fornecimento. O programa começou em abril de 2021 e segue em expansão por todo o Estado.
Para quem já abriu um chamado e ainda não obteve resposta, especialistas orientam que o consumidor anote o número de protocolo e acompanhe o andamento pelo site ou aplicativo da Copel. Caso não haja solução no prazo de até 10 dias úteis, o consumidor pode registrar uma reclamação no Procon ou na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Nos casos em que o valor cobrado esteja fora da realidade de consumo e sem correção após reclamações, é possível acionar a Justiça, apresentando documentos como faturas anteriores, fotos do medidor, registros de protocolo e, se possível, laudos técnicos.
COMPARTILHAMENTO
A Copel anunciou recentemente o compartilhamento com as prefeituras paranaenses de um amplo banco de dados com 1,86 milhão de árvores georreferenciadas localizadas próximas à rede elétrica em áreas urbanas. Maringá aparece como a segunda cidade do Estado com o maior número de árvores mapeadas, com 105 mil exemplares cadastrados ao longo das redes de energia.
De acordo com a companhia, o contato de galhos com a rede elétrica é uma das principais causas de quedas de energia, sobretudo em dias de tempestade. O mapeamento permite à Copel planejar podas e ações preventivas, além de apoiar os municípios na gestão da arborização urbana, responsabilidade das prefeituras.
Na Cidade, apenas entre janeiro e a segunda semana de maio de 2025, foram realizadas 25.782 podas, maior número do Estado, entre programadas e emergenciais.
Para fortalecer a parceria com os municípios, a Copel também criou o Departamento de Grandes Clientes e Poder Público (DGCP), que atuará como um canal direto de comunicação com as prefeituras para demandas ligadas ao fornecimento de energia e ao planejamento urbano.
“O caminho por onde a Copel vai fortalecer parcerias como a dos planos de arborização urbana e muitas outras”, destacou Diogo Mantovani, gerente da Divisão de Poder Público da companhia.
Da Redação
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