O setor turístico de Maringá ganha um importante reforço com a retomada do Observatório do Turismo, iniciativa pioneira no Brasil que volta a operar com uma estrutura mais moderna e integrada.
O projeto, agora vinculado tecnicamente ao Visite Maringá em parceria com o Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem), será fortalecido por uma nova plataforma digital de dados que promete transformar a maneira como o turismo local é planejado e analisado.
Criado há mais de 10 anos, o Observatório nasceu com a missão de produzir e interpretar dados relevantes para a formulação de políticas públicas e estratégias privadas no setor. Agora, sob um novo modelo de governança, o projeto retoma suas atividades com foco no uso de inteligência de dados e tecnologia.
“Estamos resgatando o Observatório com um olhar estratégico. Nosso objetivo é retomar essa ferramenta essencial com foco em dados reais, que possam guiar decisões importantes para o setor”, explica Miguel Fernando, diretor de Projetos Especiais do Visite Maringá e presidente da Câmara Técnica de Turismo e Cultura. “Sem dados, qualquer debate se torna efêmero e sem mérito técnico para continuar ou ser reestruturado do ponto de vista de projetos”, completa.
Um dos marcos desta nova fase é o desenvolvimento de uma plataforma digital interativa, em construção pelo economista e analista de dados Matheus Ziermann. Ele é o responsável pela estrutura de Business Intelligence (BI) do projeto, que permitirá o monitoramento contínuo de mais de 30 indicadores, organizados em oito eixos temáticos, como desempenho da hotelaria, geração de empregos, arrecadação tributária, calendário de eventos e perfil dos visitantes.
“A proposta é que a plataforma concentre os dados levantados e atualizados periodicamente, de forma clara e acessível. Isso permitirá uma análise técnica de alta qualidade, com capacidade de orientar decisões de empresas, poder público e entidades”, explica Ziermann.
A taxa de ocupação da rede hoteleira é um dos principais indicadores monitorados. Segundo Miguel Fernando, compreender os períodos de baixa movimentação permite ao setor reagir de forma planejada. “Se julho tem a menor taxa de ocupação, podemos agir com inteligência para atrair eventos e promover ações estratégicas que preencham essa lacuna. Isso movimenta toda a cadeia produtiva da cidade”, afirma.
A atuação técnica do Observatório já apresentou resultados concretos em projetos como a Maringá Encantada, programação natalina do município. Um estudo de impacto econômico conduzido em parceria com o Codem, o Departamento de Pesquisas da Acim, o Visite Maringá e secretarias municipais revelou que, para cada R$ 1 investido, o retorno financeiro para a economia local pode superar R$ 4,50.
Alexia Alves
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