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Cidade teve um incêndio a cada 14 horas em agosto

Agosto foi o mês com o maior número de queimadas registrado em Maringá em 2025. De acordo com o Corpo de Bombeiros, foram 52 ocorrências de incêndios ambientais ao longo do mês, uma média de um atendimento a cada 14 horas. O número representa um aumento expressivo em relação aos meses anteriores e está diretamente ligado às condições climáticas adversas que marcaram o período.

No último fim de semana, a umidade relativa do ar na Cidade chegou a apenas 25%, índice considerado crítico. O valor está muito abaixo do mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 60%. O tempo seco, associado às altas temperaturas e à vegetação ressecada, cria um cenário propício para incêndios, especialmente em áreas com maior concentração de vegetação e resíduos.

Desde o início do ano, os números vêm oscilando, mas com tendência de alta nos períodos mais secos. Foram 18 ocorrências em janeiro, 12 em fevereiro, 23 em março, 10 em abril, 25 em maio, 8 em junho e 41 em julho. Em agosto, o total saltou para 52, consolidando o pior mês do ano até agora.

Algumas regiões do município concentram a maior parte dos atendimentos. A PR-317 lidera com 10 registros, seguida pela Avenida Alexandre Rasgulaeff, com 5, e o Contorno Sul, com 4. As autoridades alertam para o risco de queimadas em períodos de estiagem prolongada.

As autoridades informam que com a vegetação seca, qualquer descuido pode se transformar em incêndio de grandes proporções. As principais orientações incluem não colocar fogo em terrenos baldios, pastagens ou lixos, não jogar bitucas de cigarro em locais públicos, não queimar folhas secas ou móveis velhos e evitar o uso de fogo para limpeza de terrenos.

A Prefeitura de Maringá reforça que a queima para limpeza de terrenos, por exemplo, pode gerar multa de R$ 1 mil, valor que dobra em caso de reincidência. Já a queima de resíduos sólidos é punida com multa de R$ 5 mil.

Em caso de fumaça ou princípio de incêndio, a orientação é acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193 ou a Defesa Civil pelo 199. A população também pode denunciar situações suspeitas ou ilegais: flagrantes devem ser comunicados à Polícia Militar pelo 190 e denúncias anônimas podem ser feitas pelo telefone 156.

O CBMPR alerta sobre os riscos de queimar lixo nos terrenos baldios. “A queima do lixo é uma prática que deve ser abolida, pois gera os riscos de incêndio florestal, em residências, problemas à saúde das pessoas próximas à fumaça e até acidentes automobilísticos”, explica a capitã Luisiana.

Atear fogo a terrenos baldios é crime previsto na Lei 9.605/98. O artigo 250 do Código Penal prevê prisão de 3 a 6 anos e multa para quem iniciar incêndios que exponham a vida e integridade física de pessoas, além do patrimônio alheio.

Para reforçar a vigilância, o Estado do Paraná conta com o VFogo, plataforma de monitoramento de focos de calor desenvolvida pelo Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná). O sistema, utilizado pelo Centro Estadual de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CEGERD), passou recentemente por uma atualização.

A nova interface é mais intuitiva e oferece imagens de satélite atualizadas a cada 10 minutos, novas combinações de bandas para identificação de fumaça e calor, camadas meteorológicas com dados de temperatura, umidade e previsão do tempo, além de mapas com cicatrizes de incêndios anteriores e localização de rodovias e ferrovias, locais com maior risco de ignição.

Alexia Alves
Foto – Reprodução

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