
A construção de um novo Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD) no Jardim Paulista III, Zona Norte, tem gerado preocupação entre os moradores do bairro. O principal motivo é a proximidade da futura unidade com uma escola da região. A obra, orçada em R$ 3,9 milhões, prevê atendimento 24 horas para pessoas em sofrimento psíquico decorrente do uso de álcool e outras drogas.
Moradores organizaram uma reunião com o prefeito Silvio Barros na última semana para questionar a escolha do local. Durante o encontro, o prefeito afirmou que irá avaliar alternativas para tentar atender tanto às necessidades da comunidade quanto à demanda crescente por serviços de saúde mental no município.
Em nota, a Prefeitura comentou que durante a reunião, o prefeito explicou que o recurso do Ministério da Saúde destinado especificamente à construção do Caps III foi obtido ainda na gestão anterior e que, para não ser devolvido, o projeto precisaria ser licitado dentro do prazo estipulado pelo Governo Federal.
Conforme assumido pelo prefeito, durante a reunião realizada na semana passada, as equipes técnicas da administração pública estudam alternativas, buscando conciliar as reinvindicações dos moradores do bairro com a necessidade de ampliar a rede de atenção à saúde mental em Maringá.
A nova unidade, no projeto inicial será construída entre as ruas Francisco Dias de Aro e Ana Coronado Marquioto e prevê 12 leitos de observação e funcionamento ininterrupto, incluindo finais de semana e feriados.
Dos R$ 3,9 milhões de investimento, R$ 2,5 milhões são provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal, e R$ 1,4 milhão são recursos próprios do município. A sessão de abertura dos envelopes da licitação está marcada para amanhã, às 9h.
Atualmente, Maringá possui apenas um CAPS-AD, de porte II, localizado na Zona Sul. A unidade atende durante o dia e serve como referência para as 35 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município. Segundo a Secretaria de Saúde, aproximadamente 90% dos atendimentos psiquiátricos de emergência no Hospital Municipal estão relacionados ao uso de substâncias como álcool, crack e outras drogas.
Para parte da comunidade, no entanto, a localização da nova estrutura é inadequada. “Querem colocar o CAPS perto de uma escola. Como vai ser isso? Pessoas viciadas em drogas e álcool próximo de crianças?”, questiona a moradora Maria Aparecida Bragança. “Não somos contra o CAPS, mas esse local não tem condições.”
Alexia Alves
Foto – Reprodução
