O Centro de Informações e Assistência Toxicológica (Ciatox) do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Maringá (HU-UEM) já contabiliza 2.832 atendimentos de envenenamento e intoxicação registrados entre janeiro e agosto de 2025.
De acordo com a coordenadora do Ciatox, Márcia Guedes, os acidentes ocorrem, em sua maioria, dentro das residências, envolvendo principalmente a ingestão acidental de medicamentos e produtos de limpeza.
Segundo ela, o cenário tem se agravado a cada ano, com crescimento constante no número de notificações. “Os acidentes com crianças são cada vez mais frequentes, muitas vezes porque os medicamentos estão armazenados de forma inadequada, em locais de fácil acesso, como hacks, criados-mudos e mesas. Os remédios, com cores chamativas e sabores adocicados, acabam atraindo a atenção das crianças, principalmente aquelas entre 1 e 4 anos, que estão em fase de descoberta do mundo”, afirma.
Os produtos de limpeza também representam um risco considerável. Com frequência, são deixados sobre a pia, no tanque ou em armários baixos, facilmente alcançáveis pelas crianças. A curiosidade natural, aliada ao cheiro e à coloração intensa desses produtos, contribui para a ocorrência de acidentes tóxicos.
A diretora alerta que a vulnerabilidade fisiológica das crianças torna esses casos ainda mais graves, já que o organismo infantil tem menos capacidade de metabolizar substâncias tóxicas, o que pode levar a quadros clínicos sérios mesmo com pequenas doses.
Além do público infantil, os idosos também estão entre os mais afetados, especialmente aqueles que vivem com demência, possuem limitações visuais ou fazem uso contínuo de múltiplos medicamentos, já que a confusão no momento da administração de remédios pode causar intoxicações acidentais.
Entre os adultos em idade produtiva, os casos mais comuns são os relacionados à exposição ocupacional a substâncias químicas, como produtos de limpeza, gases e solventes, utilizados frequentemente em atividades industriais e de manutenção.
Diante desse cenário, o Ciatox reforça a importância de medidas preventivas dentro de casa. Entre as principais orientações estão o armazenamento de medicamentos e produtos tóxicos em locais altos e trancados, fora do alcance de crianças, a atenção redobrada com idosos que utilizam remédios diariamente, e o uso correto de equipamentos de proteção em ambientes de trabalho com risco químico.
Em casos de suspeita de envenenamento ou intoxicação, a orientação é procurar atendimento médico imediatamente. O Ciatox do HU-UEM também está disponível 24 horas por dia para oferecer informações e orientar sobre os primeiros procedimentos a serem adotados em situações de emergência. O número para contato é (44) 2101-9127.
Da Redação
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