
Maringá foi excluída do novo pacote de recursos do Governo Federal destinado à construção de unidades de saúde. A decisão se baseia no não cumprimento de prazos de execução de obras aprovadas em 2023, ainda na gestão anterior. As informações constam em um relatório da Secretaria de Saúde, encaminhado ao poder Legislativo.
Na época, o município foi contemplado com R$ 5,3 milhões por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para duas obras: uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no Jardim São Clemente (R$ 2,78 milhões) e um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD III) na Zona Norte (R$ 2,57 milhões). No entanto, de acordo com o relatório, nenhuma das obras foi iniciada.
Com base na Portaria nº 6.640/2025, o Ministério da Saúde priorizou repasses apenas para municípios que apresentaram andamento concreto nas obras aprovadas em 2023. Como consequência, quatro novos projetos protocolados pela atual gestão em 2025 não foram aprovados. As propostas somam cerca de R$ 70 milhões e incluem uma UBS no Jardim Alvorada, com custo de R$ 8 milhões, um Caps II no Residencial Canção (R$ 2,2 milhões) e duas policlínicas, custando R$ 30 milhões cada
Procurada, Prefeitura de Maringá afirmou, em nota, que não irá comentar o caso, por se tratar de ações iniciadas pela gestão anterior e informou que o prazo do Ministério da Saúde é até o dia 15 de outubro para a assinatura da ordem de serviço. Ou seja, não houve perda de recursos federais relativos ao CAPS III Zona Norte e a UBS Jardim São Clemente. O processo licitatório das duas obras foi publicado e está em andamento.
Já a equipe do ex-prefeito Ulisses Maia contestou as informações. Segundo a Assessoria de Imprensa, os recursos federais foram liberados apenas em maio de 2024, ou seja, após o término da gestão de Maia.
A nota afirma ainda que, em 2024, a Secretaria de Obras Públicas optou por priorizar a finalização dos projetos executivos, com previsão de abertura da licitação até o dia 15 de abril de 2025. Esse prazo, segundo a nota, não foi cumprido pela atual gestão.
A assessoria também reforça que não houve perda dos recursos já aprovados, e que o andamento dos processos foi detalhadamente informado à nova equipe durante o período de transição, com reuniões documentadas e atas assinadas. Segundo o ex-prefeito, as etapas posteriores, como a licitação e execução, deveriam ter sido conduzidas pela atual administração.
Em relação aos R$ 70 milhões não recebidos, a nota esclarece que esse montante corresponde ao total solicitado em novos projetos para os anos de 2024 e 2025, que não foram contemplados pelo Ministério da Saúde devido à priorização de projetos iniciados em 2023.
Alexia Alves
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