
A Secretaria de Saúde divulgou ontem o terceiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (Lira), realizado entre os dias 8 e 12 de setembro. O estudo apontou um índice médio de infestação de 0,4% na Cidade, considerado uma situação estável, mas que ainda requer atenção. No último Lira, realizado entre os dias 5 e 9 de maio, o índice foi de 2,3%.
As áreas com menores as porcentagens mais baixas de infestação são os bairros Portal das Torres, Ney Braga e Aclimação, com índices de 0,19%. Já os bairros Jardim Olímpico e Maringá Velho registraram as maiores taxas, chegando a 1% de infestação, índice considerado risco médio.
Segundo o levantamento, a maioria dos focos do mosquito está concentrada em pequenos depósitos móveis, como vasos de flores e bacias de água, que representam 73,3% dos criadouros (Grupo B). O lixo, incluindo tampas de garrafa e restos de embalagens, responde por 13,3% dos focos (Grupo D).
Para o secretário de Saúde, Antônio Carlos Nardi, o atual cenário exige cautela. “Estamos em uma situação estável, mas não tranquila. Com dengue não existe tranquilidade”, alertou. Ele destacou ainda que o comportamento do mosquito e das doenças transmitidas por ele tem mudado nas últimas décadas, exigindo um trabalho constante e multidisciplinar para o controle.
Desde o início deste ano, Maringá registrou 12.910 notificações de dengue, das quais 4.191 foram confirmadas, e 14 pessoas morreram em decorrência da doença, incluindo crianças. Para o secretário, o índice atual não deve ser motivo de alívio, mas sim de alerta contínuo.
“Importante lembrar que nenhum dos dados coletados referem-se à água parada de chuva, já que estamos em um período de estiagem. É aquele restinho jogado na tampa da garrafa, em bacias, em lugares que você nem lembra. O maior perigo é o pratinho com água embaixo de vasos, ali é o ambiente perfeito para o mosquito”, comentou o secretário.
AÇÕES
Com a chegada da primavera, quando os casos tendem a aumentar, a Secretaria de Saúde lança a campanha “Primavera Sem Dengue”, que busca intensificar ações de conscientização e combate ao mosquito.
“Estamos quase começando a primavera e os maiores focos de dengue estão justamente na água que fica embaixo dos vasinhos de flores. Precisamos de uma campanha forte para que a cidade floresça sem o mosquito”, reforça Nardi.
Entre as estratégias da campanha estão a mobilização de todas as UBS, com agentes comunitários de saúde orientando e distribuindo materiais informativos aos pacientes, aplicação de borrifação em pontos de grande circulação, como o Terminal Intermodal e o Paço Municipal, mutirões integrados para visitar áreas de maior risco e eliminar criadouros, além de atividades educativas em escolas da rede municipal, com distribuição de brindes e materiais lúdicos para crianças.
Além disso, a Secretaria também irá promover a campanha “Férias sem Dengue e Natal sem Dengue”, buscando mobilizar a comunidade para eliminar focos do mosquito, reduzindo os riscos de surto durante esse período de maior circulação de pessoas.
ESCORPIÕES
Outro desafio à saúde pública em Maringá são os casos de escorpiões. De janeiro a 16 de setembro de 2025, foram registrados 83 casos, com 907 solicitações de atendimento e 892 casos atendidos.
“Os escorpiões atacam só a noite, e estão presentes principalmente próximos as construções civis, algo que Maringá está cheio. Olhe bem dentro de sapatos, frestas escuras e lugares mais úmidos”, comentou Nardi.
A Secretaria de Saúde orienta que, em caso de contato com escorpiões, a população evite manuseá-los e caso capture algum exemplar, deve encaminhá-lo à Unidade de Saúde para análise e avaliação do grau de toxicidade. A Cidade conta com soro antiescorpiônico disponível no Centro de Pronto Atendimento e no Hospital Universitário.
O secretário também reforça a importância da vigilância e da orientação para garantir a segurança da população diante desses riscos.
Alexia Alves
Foto – Alexia Alves/JP
