
A Prefeitura de Maringá iniciou ontem uma força-tarefa para retirar aproximadamente 170 toneladas de resíduos recicláveis que estavam armazenados de forma irregular em barracões públicos. O material foi coletado em 2023 no âmbito do programa de coleta seletiva e, em vez de ser encaminhado às cooperativas de reciclagem, acabou sendo acumulado no antigo prédio do IBC, na Avenida Francisco Ferreira Miranda.
A operação envolve servidores das Secretarias de Infraestrutura e Limpeza Urbana, além do uso de mais de 18 caminhões. Os resíduos, que agora serão destinados ao aterro sanitário foram considerados contaminados, impossibilitando qualquer tipo de reaproveitamento, segundo laudo da Vigilância Sanitária.
Segundo o secretário de Infraestrutura, Limpeza Urbana e Defesa Civil, Vagner Mussio, as quatro cooperativas responsáveis pela triagem e reaproveitamento dos recicláveis foram notificadas no início do ano, mas se recusaram a receber o material. A justificativa formal, assinada pelas cooperativas, foi a impossibilidade de reciclagem devido à contaminação.
“Estamos removendo cerca de 170 toneladas de material que foi armazenado de forma totalmente inadequada. Este lixo deveria ter sido destinado corretamente em 2023, mas foi estocado neste galpão, e agora precisamos pagar novamente, tanto pela coleta quanto pelo descarte em aterro”, afirmou Mussio.
Um procedimento administrativo foi aberto para apurar as responsabilidades pelo armazenamento indevido e pela falha na destinação final dos resíduos, cujo transporte e coleta já haviam sido pagos pelo município em 2023.
DENÚNCIA
O caso havia sido revelado em fevereiro pelo Jornal do Povo, após denúncia anônima de um morador que questionou a eficácia do programa de coleta seletiva da Cidade. Em nota da época, a Prefeitura de Maringá informou que notificou a empresa terceirizada responsável pela coleta seletiva assim que a situação foi identificada. A resposta da empresa foi considerada insatisfatória, e novos esclarecimentos foram solicitados.
A administração passada esclareceu que o local serve há mais de 25 anos como depósito de materiais inservíveis do município, como sucatas e carcaças de veículos.
Sobre os recicláveis, informou que o armazenamento temporário foi autorizado em 2024 devido à superlotação das cooperativas causada pela instabilidade do mercado de materiais reutilizáveis. A nota afirma ainda que a retirada desses resíduos estava sendo feita até dezembro, com controle da Secretaria de Limpeza Urbana.
Alexia Alves
Foto – PMM