Início Maringá Laboratório da UEM oferta serviço de detecção de metanol em bebidas

Laboratório da UEM oferta serviço de detecção de metanol em bebidas

Com a confirmação de novos casos de intoxicação por metanol no Paraná, o laboratório do grupo de pesquisa APLE-A (Analítica Aplicada a Lipídios, Esteróis e Antioxidantes), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), registrou aumento na procura por análises químicas de bebidas, especialmente por parte de consumidores e produtores artesanais.

O laboratório é vinculado ao Departamento de Química e realiza a identificação dos principais componentes de bebidas alcoólicas, incluindo o metanol, em apenas 20 minutos.

Apesar de ainda não emitir laudos com validade jurídica, como os exigidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o serviço é procurado por quem busca garantir a qualidade do produto consumido ou comercializado.

“O aumento da demanda tem sido notável. Muitos consumidores nos procuram após comprarem bebidas para festas ou eventos. Também atendemos pequenos produtores que querem conferir se o processo de fabricação está adequado”, afirma o professor Oscar de Oliveira Santos Júnior, responsável pelo laboratório.

Segundo ele, há um projeto em andamento para ampliar o escopo de atuação do laboratório, com a criação de um centro de excelência em análise de alimentos. A proposta é incluir testes em produtos de origem animal e vegetal, além de bebidas.

Presente em níveis baixos em praticamente todas as bebidas alcoólicas fermentadas e destiladas, o metanol é um subproduto natural da degradação de pectinas, substâncias encontradas em frutas e vegetais. Em concentrações controladas, o composto não oferece risco. No entanto, quando o teor ultrapassa os limites seguros, a ingestão pode causar intoxicações graves, e até fatais.

De acordo com Santos Júnior, o risco está na proporção. Em 100 ml de bebida destilada, 0,2 g de metanol não causam problemas. Mas se essa mesma quantidade subir para 1 g, os sintomas de intoxicação já podem surgir. Em 4 g, os efeitos são severos. “O metanol é transformado no fígado em formaldeído, um veneno sistêmico. Em pequenas quantidades, o próprio etanol age como antídoto, mas acima de certo limite, os danos são sérios”, alerta.

Em Maringá, casos suspeitos devem ser notificados ao Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox), localizado no Hospital Regional Universitário. O telefone para contato é (44) 3011-9127.

Para detectar o metanol, o laboratório da UEM utiliza um cromatógrafo a gás, equipamento capaz de separar e quantificar os compostos da bebida com base no ponto de ebulição. Amostras de 10 ml já são suficientes para análise de metanol. Para investigações mais amplas, o ideal é enviar 500 ml do produto.

Da Redação
Foto – Reprodução

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