
Maringá se destaca entre as cidades brasileiras com melhores indicadores de renda, ocupação e mobilidade urbana, segundo os dados do módulo Trabalho e Rendimento do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O município apresentou rendimento domiciliar mensal per capita de R$ 2.646,96, desempenho que acompanha a tendência do Paraná, que vive um bom momento no cenário nacional.
O Estado registrou o segundo menor Índice de Gini do Brasil, com 0,482, atrás apenas de Santa Catarina (0,452). A média nacional foi de 0,542. O indicador mede a concentração de renda: quanto menor o índice, menor a desigualdade. Além disso, o Paraná teve rendimento médio mensal das pessoas ocupadas de R$ 3.151,59, valor 9,55% superior à média nacional, de R$ 2.850,64.
Em Maringá, a maior parte da população ocupada atua no setor privado, que concentra 52,83% dos trabalhadores, o equivalente a 114.399 pessoas. O setor público emprega 24.045 pessoas (10,91%), enquanto 1,97% (4.351) trabalham no serviço doméstico. O município também apresenta uma expressiva presença de empregadores (6,37%) e de trabalhadores por conta própria, que representam 26,86% da população ocupada, mais de 59 mil pessoas.
A formalização do emprego é um dos pontos positivos. No setor privado, 96.518 trabalhadores têm carteira assinada. No setor público, 2.350 pessoas (57,98% do total) atuam com vínculo formal. No trabalho doméstico, 1.318 contratos também estão registrados.
Segundo o levantamento, 93,55% da população ocupada possui apenas um trabalho, e 81,8% dos trabalhadores (177.817 pessoas) moram e trabalham no próprio município. Além disso, 29.152 pessoas exercem suas atividades em casa ou na própria propriedade.
Em relação a mobilidade urbana, a maioria da população ocupada leva entre 16 e 30 minutos para chegar ao trabalho tempo de deslocamento apontado por 40,4% dos homens e 37,56% das mulheres.
Apesar dos resultados positivos, o Censo revela desigualdades raciais no acesso ao transporte. Entre as pessoas brancas, 62,26% utilizam automóvel como principal meio de locomoção. Entre as pessoas pretas, esse número cai para 40,27%, o que evidencia diferenças no acesso à infraestrutura urbana e ao transporte individual.
No Paraná, o setor com maior remuneração é o de atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados, que registra rendimento médio mensal de R$ 5.547. Na sequência, destacam-se as atividades profissionais, científicas e técnicas (R$ 5.215), a administração pública, defesa e seguridade social (R$ 4.993), além do setor de informação e comunicação, com média de R$ 4.291.
Por outro lado, os menores salários estão entre os trabalhadores domésticos, que recebem, em média, R$ 1.223 por mês. Também apresentam baixos rendimentos os setores de água, esgoto e gestão de resíduos (R$ 1.892), atividades administrativas (R$ 2.015) e o ramo de alojamento e alimentação, com média de R$ 2.301 mensais.
Alexia Alves
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