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Estamos no lugar certo?

Nosso amigo, Angelo Zussa, fez esta postagem convidando-nos a refletir:

     ‘Será que estamos no lugar certo e nossa vocação está sendo verdadeiramente expressa? Ou estamos seguindo um caminho traçado por expectativas alheias? E concluiu afirmando que a busca pela verdadeira vocação é uma jornada interior, que exige autoconhecimento e coragem para questionar o status quo, preservação das coisas atuais. Que é preciso ouvir a nossa voz da consciência, permitindo que ela nos guie em direção ao nosso propósito. Afinal, quando estamos no lugar certo, tudo flui naturalmente, e a vida se torna uma expressão autêntica de quem somos’.

      Vamos lá, digo eu, começo pelo final, respondendo, à luz da filosofia espírita, ao quem somos, acrescentando, de onde viemos e para onde vamos que, penso,   cabem com a pergunta inicial, que usamos como título.

      Não somos, estamos, nos mostra a transitoriedade do mundo material. Desta forma podemos pensar que se estamos mal, podemos estar bem em outro momento, se estamos ricos hoje, podemos estar pobres amanhã, se estamos doentes, agora, podemos  estar sãos, depois,  se estamos no corpo físico, no momento seguinte podemos não estar. De permanente no mundo só temos o espírito ( alma), uma individualização do princípio inteligente do universo.

       Sendo cada um de nós um espírito individualizado deste princípio inteligente, e a partir desta individualização imortais,  estando temporariamente revestidos de um corpo físico perecível e temporário, vivenciamos uma dualidade conflituosa, eternidade e efemeridade Inserido no corpo físico , o espírito passa a conviver e se limitar à matéria, e assim a vivenciar todas as vicissitudes desta , a mais pungente seria a mortalidade.

       Quando encarnamos (a ação de estarmos num corpo físico) o cérebro (zerado de informações, como se fosse um novo “computador”, poderíamos comparar grosseiramente com o hardware, um novo equipamento) surgido na concepção, recebe uma carga nova de educação, conhecimentos, cultura, deste novo meio em que nascemos. Este cérebro novo interage com o psiquismo da mente deste espírito imortal. Esta interação mente espiritual X cérebro encarnado é extremamente conflituosa.

       Falamos muitas vezes da continuidade da vida após a morte, mas não falamos da vida antes da vida. Entendendo que já vivemos muitas encarnações, encontramos facilmente a explicação dos porquês da nossa atual vida. Passamos a meditar no porquê nascemos neste lugar, com estas pessoas, nesta cultura. Passamos a dedicar mais tempo a este espírito imortal do que a este corpo mortal. Damos prevalência ao espírito sobre a matéria. Para darmos conta desta dualidade mortal-imortal, espírito-matéria, somos impelidos a nos aprofundar no autoconhecimento. O que carregamos no consciente e no inconsciente? Imaginar que este inconsciente em muitas situações dirigiu nossas escolhas, através da repetição de padrões, na lembrança do que já foi vivido.

       Assim, à luz do espiritismo, concluímos que somos espíritos imortais, revestidos temporariamente por um corpo físico. Viemos do princípio inteligente do Universo e vamos, num processo de auto evolução   imortal, participando do processo da criação, como servidores do processo do Criador. Vivenciamos hoje a colheita dos nossos próprios plantios, em outras encarnações, como uma consequência natural. Se sofremos não é por castigo de um Deus vingativo, mas sim para alívio de um psiquismo cansado de suas deformidades e desejoso de se conectar consigo mesmo, afinal quem é o culpado:  “É aquele que, por um desvio, por um falso movimento da alma, se afasta do objetivo da criação, que consiste no culto harmonioso do belo, do bem, idealizados pelo arquétipo humano, pelo Homem-Deus, por Jesus – Cristo.”(LE, resposta de Paulo o apóstolo a pergunta 1009).

       Concluindo, estamos no lugar certo. No nosso caso no Brasil, em Maringá-PR, trabalhamos nas   atividades certas. Que rumemos para bons outros lugares, na hora certa.

Akino Maringá, colaborador 
Foto – Reprodução

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