
O alvo das investigações aqui foi o Secretário da Fazenda do Município, em cuja residência estiveram os agentes da Polícia Federal ontem pela manhã
A PF cumpriu três mandados de prisão preventiva e 12 mandados de busca e apreensão em Curitiba, Maringá, São Paulo, Santana de Parnaíba, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Ribeirão Pires, Peruíbe e Jardinópolis (SP), expedidos pela 23ª Vara Federal de Curitiba. Entre os envolvidos no esquema internacional de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro consta o Secretário Municipal da Fazenda de Maringá, Carlos Augusto Ferreira, que manifestou surpresa ao receber a desconfortável “visita” dos federais em sua residência logo ao amanhecer dessa quinta-feira.
A ordem judicial contra ele determinava o sequestro de bens patrimoniais e altos valores existentes em contas bancárias. Entre os bens sequestrados estavam Ferrari, Porsche e Mercedes-Benz, além de relógios de grife e imóveis de alto patrão. A segunda fase da Operação Mafiusi tem como objetivo desarticular o núcleo financeiro da organização criminosa investigada. Essa organização seria responsável pela operacionalização da contabilidade da “lavanderia”, alimentada pelo narcotráfico internacional.
De acordo com o inquérito da PF que investiga o secretário da Fazenda de Maringá, ele teria oferecido a estrutura de uma fintech de crédito, que presidia, para que investigados do narcotráfico internacional realizassem movimentações de recursos de origem ilícita. Após análise do farto material apreendido na primeira fase da operação em 2024, a Polícia Federal identificou evidências que revelam um esquema estruturado de movimentação de dinheiro em espécie, transações de câmbioparalelo (dólar-cabo), uso sistemático de fintechs e empresas de fachada para transacionar recursos de procedência ilícita.
A Prefeitura de Maringá disse através de nota oficial que a investigação não tem relação com o trabalho de Ferreira na secretaria municipal. “ O município destaca que, no processo de nomeação dos secretários, todas as certidões exigidas sãodevidamente verificadas, e que o servidor não apresentou qualquer registro que o desabonasse”. E conclui: “A Prefeitura reitera a confiança nas instituições, no devido processo legal e no direito à ampla defesa”. Próprio secretário emitiu nota, anunciado seu afastamento do cargo. Disse Carlos Augusto Ferreira: “Hoje, 16 de outubro de 2025 as 06:30 da manhã fui surpreendido por equipe da Polícia Federal, equipe de Londrina, com um mandado de busca e apreensão, em minha residência, os quais foram recebidos e nos colocamos a disposição tendo colaborado com as autoridades naquilo que me foi solicitado.
Desconheço do que se trata pois não tivemos, ainda, acesso ao conteúdo do Inquérito que corre na 23ª Vara Federal de Curitiba sob sigilo, apenas sabemos que os fatos iniciais são de 2022, tendo o número IPL 2022.0054361-SR/DPF/PR, neste período minha única ocupação era como Executivo do Grupo Empresarial de Saúde Nacional, não tendo outra atividade empresarial, consultoria ou participei de Conselhos de Administração de qualquer empresa. Em minha residência, posso afiançar, que nada ilícito ou obtido de forma torpe foi encontrado e vamos ultimar esforços com nosso advogado para ter maiores detalhes e esclarecer os fatos”.
Da Redação
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