
A comercialização ilegal de anabolizantes e remédios falsificados, feitos via Correios, envolvia também um grande esquema de lavagem de dinheiro
Agentes da Polícia Civil, por meio da Divisão Estadual de Narcóticos de Maringá, com apoio da Denarc de Londrina e Pato Branco, descobriram um bunker na residência que foi alvo nesta quinta-feira da Operação OFF-LABEL, voltada à repressão de crimes de lavagem de dinheiro e comercialização ilegal de anabolizantes e medicamentos de origem estrangeira. Seis pessoas foram presas (três homens e três mulheres).
Entre os detidos está um personal trainer, suspeito de comprar anabolizantes no Paraguai e distribuí-los em academias, além de enviar os produtos pelos Correios para várias regiões do país. A operação apreendeu carros de luxo, avaliados em R$ 1,5 milhão, aproximadamente R$ 7 milhões em produtos ilegais, incluindo remédios abortivos e canetas emagrecedoras, além de R$ 43 mil em dinheiro, US$ 13 mil, joias, uma arma de fogo e munições.
As investigações tiveram início com a denúncia de funcionários dos Correios, que suspeitaram de algumas encomendas e acionaram a Polícia Civil de Maringá. Grande quantidade de anabolizantes e medicamentos estavam ocultados dentro de chaleiras e panelas de pressão. A quadrilha usava empresas de fachada, contas de passagens e técnicas avançadas de dissimulação patrimonial. A partir das apreensões feitas em um esconderijo atrás do fundo falso de um guarda-roupa, os policiais também localizaram câmeras de segurança e uma antena de monitoramento.
Inicialmente, a Polícia Civil identificou um casal responsável pelas duas primeiras remessas. Posteriormente, um terceiro pacote foi localizado e levou à identificação de mais um envolvido. “Fizemos uma investigação financeira e verificamos que as movimentações bancárias entre estes três suspeitos ultrapassaram R$ 5 milhões no período de um ano”, explica o delegado Leandro Roque Munin, responsável pelas investigações em Maringá.
De acordo com o delegado Munin, análises das movimentações bancárias dos investigados mostraram que a organização criminosa tem uma grande estrutura financeira, que movimentou em pouco tempo quantias superiores a R$ 4 milhões em contas correntes. “Atingimos diretamente a estrutura patrimonial do grupo criminoso, interrompendo o fluxo de recursos e enfraquecendo sua capacidade operacional. A repressão qualificada é essencial para combater o crime organizado de forma eficaz”, disse o delegado.
Da Redação
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