
Destaque na mídia nacional por conta da Operação Mafiusi, Carlos Augusto Ferreira, que ressalta ter assumido a Secretaria da Fazenda de Maringá por altruísmo, diz ser vítima de um engano da Polícia Federal
Nesta sexta-feira o Secretário Municipal da Fazenda (licenciado) reuniu a imprensa local para dar sua versão dos fatos e exibir provas de que o “Carlão” que a 2ª fase da Operação Mafiusi mira não é ele. A operação investiga a lavagem de dinheiro do narcotráfico internacional, feito por meio de uma fintech, da qual Carlos Augusto seria um dos diretores.
A PF divulgou printe de uma conversa entre um doleiro ligado ao crime organizado e um homem identificado como “Carlão”, que seria, conforme os agentes, Carlos Augusto Ferreira. A conversa gira em torno de uma transferência bancária no valor de R$ 1 milhão, exatamente para a conta de “Carlão”, que de acordo com relato do Secretário trata-se de Carlos De La Cruz Hipólito, com o qual ele não tem relações, nem comerciais e nem profissionais. “Portanto, afirma, há um terrível engano nessa confusão. Não critico as instituições e muito menos deixo de reconhecer a competência técnica da Polícia Federal, porém, não tenho dúvida de que houve um erro humano no mandado judicial expedido contra mim”.
A defesa do secretário solicitou acesso aos áudios do print, que embasaram o mandado de busca e apreensão no âmbito da 2ª. fase da Operação Mafiusi, e através desses áudios Carlos Augusto diz que vai provar sua inocência e o equívoco dos investigadores. O número do telefone que aparece na troca de mensagem é de Miami (Estados Unidos) e pertence a Carlos De La Cruz Hipólito, o verdadeiro “Carlão”, sócio do Pitbank, a fintech suspeita de atuar na lavagem de dinheiro do narcotráfico. Carlos Augusto disse que chegou a trabalhar para o Pitbank, mas um trabalho societário apenas, sem qualquer poder de mando.
O inquérito está sob sigilo , mas o advogado de Carlos Augusto teve acesso ao documento. “Posso assegurar a vocês que meu nome não consta em nenhuma das 8.950 páginas do inquérito”, disse, ressaltando que na condição de gestor, consultor e intermediário de negócio entre grandes empresas, inclusive fusões, sempre foi bem remunerado e é do trabalho que vem seu grande patrimônio, inclusive os carros. Só uma Ferrari apreendida pelos policiais federais na casa do Secretário, em Maringá, foi avaliada em quase R$ 2 milhões. Questionado porque aceitou o cargo de secretário municipal para ganhar um salário incompatível com sua qualificação, ele respondeu, sem pestanejar: “Aceitei por altruísmo”.
Da Redação
Foto – Maringá Post
