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Maringá cria primeira lei de construção carbono negativa do País

A madeira engenheirada substitui o concreto e o aço

Na última quinta-feira, Maringá sediou uma audiência pública histórica para discutir um projeto de lei que prevê benefícios urbanísticos para edifícios multifamiliares verticais que adotarem técnicas construtivas sustentáveis, como o uso da madeira engenheirada. A proposta busca reduzir o impacto ambiental da construção civil e posiciona o município como referência em inovação e sustentabilidade.

O evento contou com a presença do prefeito Silvio Barros, da presidente da Câmara, vereadora Majô Capdebosq, do superintendente do IPLAN, Felipe Carvalho, do secretário de Urbanismo e Habitação, Matheus Barros, além de vereadores, representantes do Conselho Municipal de Planejamento e Gestão Territorial (CMPGT), sociedade civil e instituições de ensino.

O projeto prevê incentivos urbanísticos, como pavimentos adicionais sem outorga onerosa, para empreendimentos que utilizarem materiais sustentáveis. A madeira engenheirada substitui o concreto e o aço, permitindo construções mais rápidas, seguras e de menor impacto ambiental.

Segundo Matheus Barros, cada metro cúbico de madeira captura cerca de uma tonelada de CO₂. A legislação proposta também incorpora critérios urbanísticos modernos, como fachadas ativas, uso misto, fruição pública, permeabilidade visual e alargamento de calçadas.

Durante a audiência, o prefeito Barros destacou o protagonismo de Maringá em políticas climáticas. “Maringá é uma cidade fora da curva. E, por isso, precisa ter uma gestão que também esteja acima da média”, afirmou.

A presidente da Câmara ressaltou que a proposta marca o início da primeira legislação municipal de construção carbono negativa do País. Especialistas presentes também destacaram o potencial econômico do setor madeireiro e a geração de empregos, além da necessidade de normatização técnica e formação profissional específica.

OBRA

Além do debate legislativo, a Prefeitura de Maringá está implementando uma política de carbono neutro em obras públicas, em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e a Federação da Indústria do Paraná (FIEP). O primeiro empreendimento será a nova sede do Corpo de Bombeiros, com 2 mil metros quadrados, que será construída com madeira engenheirada.

O projeto inclui a extinção da cobrança de outorga onerosa para empreendimentos em madeira e melhores índices de aproveitamento do terreno. A iniciativa faz parte de um conjunto de ações para acelerar a descarbonização e aumentar a escala de construções sustentáveis no município.

Segundo Barros, o município e o governo do Paraná planejam investir mais de R$ 100 milhões em obras carbono neutro ou zero a partir de 2026, e uma legislação municipal deverá ajudar a compensar os custos mais altos desse tipo de construção.

Alexia Alves
Foto – Reprodução

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