
O caso é considerado um dos crimes mais complexos e violentos da história recente do Noroeste do Paraná e as investigações continuam sob sigilo
Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi, Diego Henrique Afonso e Alencar Gonçalves de Souza foram encontrados enterrados em uma vala, 44 dias depois de desaparecerem de Vila Rica do Ivaí, distrito de Icaraíma. O advogado Renan Farah, que representa Antônio Buscariollo, de 62 anos e Paulo Ricardo Buscariollo, de 22 anos, apontados como executores da chacina, ganhou novos contornos com o pedido de revogação da prisão temporária do pai e do filho, foragidos desde 8 de agosto. “Ingressamos com o pedido de revogação da prisão temporária do Paulo e do Antônio por entendermos que, depois de mais de 30 dias, que era o prazo da prisão temporária, não é mais necessário que eles permaneçam presos para o andamento do inquérito”, declarou o advogado.
Farah diz que seus clientes negam a autoria do crime e poderiam se colocar à disposição da Polícia Civil para ajudar nas investigações. Eles querem retornar a Icaraíma, porque de acordo com o advogado, pretendem provar que não estavam no município de Icaraíma no dia das execuções. As investigações apontam que o crime teve origem em um conflito comercial envolvendo um sítio de cinco alqueires, avaliado em R$ 750 mil, no distrito de Vila Rica do Ivaí, em Icaraíma.
Diferente de versões iniciais, Alencar Gonçalves de Souza, uma das vítimas, não vendeu, mas comprou a propriedade de Antônio Buscariollo, pagando R$ 255 mil à vista, como entrada. O restante seria financiado via empréstimo bancário, que acabou negado, levando ao distrato. Mas foi fechado um acordo para que Antônio devolvesse os R$ 250 mil em 10 parcelas de R$ 25 mil. Porém, ele não honrou nenhuma das promissórias assinadas. Isso levou Alencar a contratar os três homens no interior de São Paulo para fazer a cobrança. De acordo com a investigação, Antônio chegou a oferecer uma casa em Icaraíma para quitar a dívida, proposta foi recusada.
A principal linha de investigação indica que as quatro vítimas foram mortas em um sítio no dia 6 de agosto, entre 11h30 e 13h15.
De acordo com as investigações, os três cobradores e o credor, foram na casa de Buscariollo no distrito de Vila Ria do Ivaí, no dia 5 de agosto, prometendo retornar dia 6 para receber “de qualquer jeito”. De fato voltaram, mas de lá desapareceram. Quase um mês depois, a Polícia localizou o carro em que eles estavam, todo furado de bala e escondido dentro de um bunker. Na mesma propriedade rural os quatro corpos foram localizados em uma vala semanas após o desaparecimento. A principal linha de investigação indica que as quatro vítimas foram torturadas antes de serem executadas com tiros de pistola e fuzil.
Ao reabrir o caso, depois do pedido de revogação da prisão temporária, a Polícia Civil divulgou dados da vida pregressa das vítimas. Os três contratados em São José do Rio Preto e Olímpia (SP), tinham fichas criminais. A saber: DIEGO HENRIQUE AFFONSO (Lei Maria da Penha por violência doméstica; estelionato, difamação, injúria, apropriação indébita e ameaças);
RAFAEL JULIANO MARASCALCHI (ameaças, exercício arbitrário das próprias razões e violência doméstica) ;
ROBISHLEY HIRNANI DE OLIVEIRA ( estelionato, ameaças, violência doméstica, lesão culposa no trânsito, com fuga do local do acidente , embriaguez ao volante, crime contra a flora e furto qualificado.
No levantamento da Polícia, o proprietário rural ALENCAR GONÇALVES DE SOUZA GIRON não tinha ficha criminal.
Da Redação
Foto – G1
