
O golpe milionário atingiu dezenas de clientes da empresa que prometia instalação e operação de usinas fotovoltaicas que nunca chegaram a ser entregues
Uma série de denúncias já faz a Polícia Civil acreditar estar investigando um dos maiores casos de estelionato financeiro do Paraná. O alvo do inquérito é a empresa YAW Energia Sustentável Ltda, comandada pelo empresário Lauro Bianchin, acusado de aplicar golpes milionários em dezenas de clientes, ante a promessa de instalação e operação de usinas fotovoltaicas que nunca chegaram, sequer a serem entregues. Segundo Vitor Pagani, advogado de uma vítima do golpe, residente em Maria Helena, região Noroeste do Paraná, “as vendas de usinas que não se concretizaram e causaram prejuízos milionários às vítimas começou com promessas de energia limpa e lucro garantido. E o que era visto como horizonte promissor por investidores em energia fotovoltaica se transformou em frustração e muita dor de cabeça”.
A Polícia Civil investiga o caso, a partir de boletins de ocorrências registrados em várias delegacias do Noroeste, a maioria em Umuarama. Em um dos golpes, o empresário encaminhou um processo de financiamento por uma agência da Caixa Econômica de Paranavaí, em nome do comprador, que ficou sem a usina e com uma dívida de R$ 5 milhões. Por determinação judicial, a Polícia Civil apreendeu carros e bloqueou bens da empresa YAW Energia Sustentável Ltda, comandada por Lauro Bianchin.
O esquema, segundo apontam as investigações, envolve 80 famílias que investiram muito dinheiro para instalar energia solar em suas residências, empresas e propriedades rurais. Essas usinas, relata o advogado Pagani, em entrevista ao portal Umuarama News, “ seriam, no mesmo ato, arrendadas para a YAW Energia Sustentável LTDA, sob a promessa de que as parcelas da operação seriam pagas pela YAW/LAURO, com a condição de que os 8 primeiros anos do crédito financeiro criado pela energia gerada pertenceria integralmente à empresa. Após os 8 primeiros anos, e com a operação financeira quitada, o valor integral do arrendamento seria destinado ao cliente. Em resumo : a promessa era de investimentos em aposentadoria, com renda mensal aproximada entre R$ 8 mil e R$ 10 mil por usina adquirida (o cliente financiava a construção da usina solar em seu próprio nome, e a empresa YAW Energia Sustentável se comprometia a pagar o financiamento durante oito anos. Após esse período, a totalidade da renda obtida com a geração e venda de energia à Copel seria revertida ao proprietário, enquanto a empresa lucraria apenas com o valor da comercialização)”.
Ocorre, porém, que nada do que foi prometido seria cumprido, pois a maioria das usinas compradas nunca foram instaladas e a exemplo do que aconteceu com o comprador de Maria Heleno, os clientes da empresa ficaram sem as usinas contratadas e com dívidas gigantescas no sistema bancário. O confisco de bens e bloqueios de contas bancárias que estão sendo efetuados pela Polícia Civil com ordens judiciais, serão destinados integralmente ao ressarcimento dos prejuízos de quem caiu no “golpe da energia solar”.
Da Redação
Foto – Ilustração
