
Maringá ganhou destaque na COP 30 ao anunciar nessa semana sua adesão aos Princípios para a Construção Responsável em Madeira, iniciativa global liderada pela organização Built by Nature. Com a decisão, o município se torna a segunda cidade do mundo a incorporar oficialmente diretrizes internacionais que incentivam o uso de madeira engenheirada e materiais de baixo impacto ambiental na construção civil. A medida foi apresentada pelo prefeito Silvio Barros durante um painel dedicado a soluções sustentáveis para edificações urbanas.
O anúncio ocorreu no debate “Construindo para as florestas e as pessoas”, que reuniu lideranças internacionais para discutir alternativas de baixo carbono para o setor de construção, responsável por quase 40% das emissões globais de gases de efeito estufa.
Barros destacou a lei municipal nº 1.510/2025, que estabelece incentivos urbanísticos para projetos que utilizem madeira de origem sustentável, fibras naturais e técnicas construtivas alinhadas à redução de impactos ambientais.
A relevância da iniciativa fez com que Maringá fosse escolhida para sediar, no início de 2026, um evento internacional dedicado à construção sustentável com madeira. O encontro deve reunir especialistas, representantes de organismos multilaterais, pesquisadores e gestores públicos de diversos países.
Segundo Barros, a escolha reforça o papel estratégico da cidade no debate sobre sustentabilidade urbana. “Mostramos que Maringá está construindo caminhos práticos para reduzir emissões e estimular técnicas sustentáveis. A nossa lei foi reconhecida e, como resultado, firmamos o compromisso de realizar, em 2026, um grande evento internacional sobre o tema”, afirmou.
O painel contou com a presença de representantes do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), do governo da Áustria, de instituições da África e da Ásia, além de organizações como o International Code Council (ICC), a International Tropical Timber Organization (ITTO) e a própria Built by Nature. Entidades como SW4SW, FCLP, GlobalABC e OID também participaram da organização do debate.
A legislação apresentada por Maringá estabelece um conjunto de medidas que buscam estimular edificações de menor impacto, entre elas a possibilidade de acréscimo não oneroso de até cinco pavimentos para projetos sustentáveis, incentivo a fachadas ativas, criação de áreas de fruição pública e adoção de soluções baseadas na natureza, como drenagem urbana sustentável.
Na semana, o secretário de Urbanismo e Habitação, Matheus Barros, apresentou na conferência os fundamentos técnicos e sociais que embasam a norma, citando estudos internacionais que apontam benefícios ambientais e estruturais associados ao uso de madeira engenheirada.
Da Redação
Foto – Sérgio Moraes
