
Maringá registrou em novembro deste ano o maior número de mortes no trânsito para o mês em 13 anos. Seis pessoas perderam a vida em acidentes, segundo levantamento da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), sem contabilizar ocorrências na Avenida Colombo e no Contorno Norte, onde o Corpo de Bombeiros registrou pelo menos duas mortes. No total, de janeiro a novembro, a Cidade já contabiliza 33 óbitos no trânsito, sendo 16 motociclistas, oito pedestres, um ciclista e seis ocupantes de automóveis.
O prefeito Silvio Barros comentou sobre os números preocupantes. “Agora em novembro foram seis mortes no trânsito. Isso é muito triste para as famílias, uma comoção para toda a Cidade. A maioria dos acidentes envolve excesso de velocidade, celular na mão, descuido, distração e, infelizmente, imprudência. Recentemente, um radar flagrou um veículo a 130 km/h na Avenida Sofia Rasgulaeff. Precisamos da ajuda de todos para evitar que mais famílias passem por essa dor. Faço um apelo: reduza a velocidade, preste atenção nos cruzamentos, não use o celular. Vamos juntos proteger Maringá”, afirmou.
Luciano Brito, secretário de Mobilidade Urbana, também comentou sobre as mortes no trânsito. “Enquanto analisamos e comparamos com anos e períodos anteriores, estamos com quase 20% a menos de óbitos. Em tese, não deveríamos ficar tão preocupados. Mas no trânsito, se você se conforma com uma morte, então você está no lugar errado. A nossa visão é a chamada ‘visão zero’, que parte do princípio de que toda vida é importante. Portanto, trabalhamos para alcançar zero mortes.”
O secretário destacou que, em agosto e setembro, a Cidade passou quase três meses sem registrar óbitos no trânsito. “Foi um período importante que mostra o resultado de um trabalho contínuo de prevenção. Mas, quando ocorreram as mortes em novembro, precisamos alertar a população sobre os riscos. Comparar novembro com meses sem mortes nos mostra que ainda há muito a fazer.”
Brito também contextualizou a situação histórica de Maringá. “Após 23 anos, alcançamos um patamar que demonstra conquistas na segurança viária. Apesar de termos registrado 33 mortes até agora, é importante lembrar que em anos anteriores houve mais de 70 óbitos. Ainda estamos abaixo da média histórica, mas não podemos nos conformar. Cada vida perdida é uma tragédia, e por isso reforçamos constantemente a importância da prudência no trânsito.”
DADOS
No período, ocorreram 4.800 acidentes no perímetro urbano, com 1.011 pessoas feridas. As vias mais críticas são a Avenida Colombo, com 330 ocorrências, seguida pela Avenida Brasil (260), Pedro Taques (206), Avenida São Paulo (173) e Contorno Sul (166). A Colombo lidera o ranking de mortes, enquanto o Contorno Sul concentra o maior número de multas por excesso de velocidade.
A imprudência, especialmente o excesso de velocidade, é apontada como principal causa dos acidentes. Radares espalhados pelo município registraram veículos trafegando entre 130 km/h e 143 km/h, tanto carros quanto motocicletas. Diante do cenário, a Semob iniciou o remanejamento de radares e redutores, com 15 novos equipamentos operando em rodízio e aplicando multas aos infratores.
Historicamente, o número de mortes no trânsito em Maringá apresenta oscilações. Em 2020 foram 41 óbitos; 2021, 29; 2022, 38; 2023, 41; 2024, 37; e em 2025, até novembro, 32 mortes. Com uma frota total de 360.776 veículos, sendo 71.941 motocicletas, os motociclistas representam 53% das mortes.
AUTOESCOLA
Em relação a aprovação do Conselho Nacional do Trânsito sobre a não obrigatoriedade de um número mínimo de aulas em autoescolas para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), Luciano Brito, declarou: “A CNH nos preocupa bastante, porque temos observado condutas de motoristas que desrespeitam a legislação e agem com imprudência. Quando você flexibiliza as exigências e reduz a carga mínima de horas-aula em autoescolas, ministradas por instrutores experientes, isso gera preocupação. Por um lado, a nova regulamentação cria a figura do instrutor autônomo, o que pode baratear o processo de obtenção da CNH, mas essa economia não pode vir à custa do conhecimento teórico, da legislação de trânsito e da sensibilização necessária para formar motoristas qualificados.”
Brito reforçou que, embora seja importante tornar o processo de obtenção da CNH mais acessível, não se pode relaxar nos requisitos que garantem a preparação e segurança dos novos condutores.
Alexia Alves
Foto – Reprodução
