
Os vínculos afetivos entre famílias e seus animais de estimação, cada vez mais fortes e reconhecidos socialmente, motivaram um novo debate na Câmara de Maringá. Tramita na Casa, o Projeto de Lei nº 17.560/2025, de autoria do vereador Flávio Mantovani, que propõe autorizar o sepultamento de animais domésticos em espaços específicos dos cemitérios públicos do município.
A iniciativa busca regulamentar um tema que ganhou relevância nos últimos anos, à medida que tutores passaram a reivindicar formas mais dignas de despedida para seus companheiros de vida. O texto estabelece critérios sanitários, administrativos e estruturais para que o procedimento seja realizado com segurança e respeito, sem prejudicar o funcionamento dos cemitérios ou a saúde pública.
Entre os principais dispositivos, o projeto prevê a criação da Guia de Autorização para Sepultamento de Animal Doméstico (GASA), documento obrigatório para o procedimento. A guia deverá conter informações do tutor, atestado veterinário confirmando o óbito e, no caso de sepultamento em jazigos particulares, a autorização do responsável pelo espaço. O texto também permite o sepultamento de animais com até 120 quilos, o que inclui cães de grande porte, e estabelece regras para envelopamento, exumação e responsabilidade financeira dos tutores.
Mantovani afirma que a proposta atende a um anseio antigo de muitas famílias maringaenses. “Para muitas pessoas, os animais são como membros da família. São companheiros de vida, presentes nos momentos de alegria e também nos mais difíceis. Esse projeto nasce do desejo dessas famílias de oferecer um local de despedida com respeito e carinho a quem esteve ao lado delas por tantos anos”, afirmou o vereador.
O projeto já recebeu parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e segue agora para análise das demais comissões permanentes da Câmara. Caso aprovado em plenário e sancionado pela Prefeitura, Maringá poderá se tornar uma das cidades pioneiras na regulamentação do sepultamento de animais de estimação em cemitérios públicos, oferecendo uma alternativa formal e segura para famílias que desejam prestar uma última homenagem a seus pets.
Para Veroni Galdino Alves, que tem cinco cachorros, a proposta é uma ótima forma de valorizar os animais. “Minha vida toda foi cuidar desses animaizinhos, é justo que quando eles partam também tenham um lugar especial para descansar. Apoio o projeto sim, acho uma ótima iniciativa e uma grande forma de valorizar os animais”, comentou.
Já Felipe Soares, que também tem cachorros de estimação, afirma que não sabe se o projeto é a melhor escolha. “Acho legal, mas tem espaço? Vi algumas notícias comentando que não havia espaço no cemitério nem para as pessoas, vai ter para os animais? Acho que primeiro deveriam resolver essa questão, depois pensar nos animais”, declarou.
“Eu tenho animais de estimação, de pequeno e grande porte, mas fico me perguntando se já tem poucas vagas para pessoas, três cachorros grandes já dá um adulto. Aí sinto que estão priorizando os animais e esquecendo uma demanda já presente. É interessante, porém requer cautela”, disse Andressa Siqueira.
Já Cláudio Santos declarou: “Eu amo meus bichinhos e acho a proposta interessante, mas o quão viável ela é? Porque tem outras demandas, animais são enterrados em casa, cremados em clínicas, mas deveria ser um cemitério só para eles. Vai dar dor de cabeça para prefeitura colocar isso em pratica se aprovado”.
Alexia Alves
Foto – Reprodução
