
A região de Maringá começa a se preparar para a volta da cobrança de pedágio nas rodovias estaduais e federais que cortam o Noroeste do Paraná. A retomada das tarifas está prevista para ocorrer nos primeiros meses de 2026, com o início das concessões dos Lotes 4 e 5, que incluem trechos estratégicos para o escoamento da produção e a mobilidade regional. A cobrança estava suspensa desde 28 de novembro de 2021, quando venceram os contratos das antigas concessionárias no Estado.
Os contratos com as empresas vencedoras dos leilões realizados na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, devem ser assinados em fevereiro de 2026. A partir disso, as concessionárias terão um prazo de até 30 dias para assumir oficialmente as rodovias e iniciar a cobrança do pedágio. Antes da implantação das tarifas, os editais determinam a realização de adequações e melhorias iniciais nas estradas.
O Lote 4, arrematado pelo Consórcio Infraestrutura Paraná, formado pelos grupos EPR e Perdin, reúne 627 quilômetros de rodovias estaduais e federais que passam por 33 municípios, entre eles Maringá. Nesse trecho, estão previstas nove praças de pedágio, sendo cinco novas. Quatro dessas novas estruturas serão instaladas na PR-323, entre Guaíra e Maringá, em um segmento de 302 quilômetros que até então não contava com cobrança.
As tarifas básicas leiloadas variam de R$ 7,59 a R$ 17,41, com valores menores após o desconto ofertado no certame. Outras quatro praças já existentes, em Presidente Castelo Branco, Mandaguari, Arapongas e Jataizinho, também voltarão a operar, com tarifas que podem chegar a R$ 14,36 após os descontos.
Já o Lote 5 concentra as principais rodovias que passam por Maringá e ligam o Noroeste ao Oeste do Paraná. O trecho tem 432 quilômetros de extensão, atravessa 16 municípios e será administrado pela Reune Rodovias Holding II S.A., ligada ao Pátria Investimentos. Ao todo, estão previstas cinco praças de pedágio, sendo três já existentes, em Corbélia, Mamborê e Floresta, e duas novas, que serão implantadas em Cascavel e Terra Roxa, ambas na BR-163. As tarifas leiloadas nesse lote têm valor básico de até R$ 22, com previsão de desconto para os usuários.
Além da retomada da cobrança, os contratos preveem investimentos bilionários ao longo de 30 anos. No Lote 4, os aportes somam cerca de R$ 18 bilhões, dos quais mais de R$ 10 bilhões serão destinados a obras. Entre as principais intervenções estão quase 232 quilômetros de duplicações, com destaque para a PR-323, que deverá receber mais de 150 quilômetros duplicados. Também estão previstas faixas adicionais, vias marginais, passarelas, pontos de ônibus, passagens de fauna, barreiras acústicas e a implantação de contornos rodoviários, incluindo o Contorno Sul de Maringá.
No Lote 5, os investimentos previstos chegam a R$ 11,8 bilhões, sendo R$ 6,7 bilhões em obras e melhorias e o restante em operação e manutenção. O projeto inclui mais de 238 quilômetros de duplicações, marginais, interseções em desnível, retornos, passarelas, ciclovias e um ponto de parada e descanso para motoristas.
Da Redação
Foto – AEN
