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Honestidade, virtude obrigatória

Sendo honesto, não foi fácil chegarmos a um consenso para a escolha do título da reflexão semanal, em um texto que produzimos para jornal, blog e compartilhamos em rede social, a partir de dois acontecimentos que  marcaram a semana anterior, com destaque na imprensa. As homenagens na despedida da presença física , na Terra, do Papa Francisco e a prisão do ex-presidente Color, em que pretendemos focar na virtude da honestidade.

      O leitor pode estar se perguntando com quem eu me reuniu, discuti, enfim, busquei o consenso a que me referi no começo. A resposta poderia ser: comigo mesmo,  e  o uso da primeira pessoa do plural  é questão de humildade, pois aprendi que nada, ou muito pouco do que fazemos, de bom, sobretudo, é feito isoladamente, sem a participação, invisível aos olhos humanos, do que uns podem chamar de anjo da guarda, outros de mentor, muitos consideram a intervenção direta de Deus, mas  aí tenho dúvidas, pois penso que, no meu caso, Deus teria coisas mais importantes para se preocupar, diretamente comigo, deixando a tarefa para ‘prepostos do Mundo Espiritual’.

      Voltando ao título, primeiro pensei em: ‘ Vale a pena ser desonesto para poder ter poder’? Não gostei, talvez  alertado  que a dúvida levantada não faria sentido algum, mas insisti, dizendo que a intenção era refletir sobre o poder que ambos alcançaram: Francisco, como a maior autoridade da Igreja Católica, e Fernando Color, como governador, presidente e depois senador da república. O primeiro, pelo que   conhecemos, só  com honestidade, e segundo, com alguma desonestidade, tanto que foi condenado pelo STF, e estava sendo preso no momento.

      O Papa foi uma pessoa boa, ‘muito religioso’, diria Dilma, em fala que  virou meme, como muito  do que diz a ‘ex-presidenta’, (não gosto da  expressão , mas fica melhor para distinguir de ex-presidente) como se fosse pleonasmo, mas penso que  não é. Há  ‘autoridades religiosas’, dentre padres, pastores, bispos e outros,  que  até podem ter sido papa, não são religiosas no verdadeiro sentido palavra, alguns de honestidade duvidosa. O ex-presidente, foi isso, foi aquilo, e desonesto, diriam muitos, e eu poderia dizer, também, mas lembrei de uma recomendação de Jesus: ‘Não julgueis para seres julgados.

      Quando Collor era presidente, em 1991, ergueu-se por cerca de R$ 57 milhões (em valores atualizados),  ‘o papódromo de Maceió’, que sofre os efeitos da falta de manutenção, que já o fez perder parte da estrutura metálica. O local foi idealizado para receber o papa João Paulo 2º na visita de 19 de outubro de 1991, única vez que um pontífice esteve em Alagoas.      A obra foi feita por ordem do então presidente , que escolheu o local,  ao lado do conjunto habitacional Virgem dos Pobres, uma das marcas da sua gestão no governo do estado (1987 a 1989).

Segundo o padre Márcio Roberto, a obra foi feita  às pressas, pois Maceió não estava na rota da passagem do papa no Brasil,  mas como o presidente era Fernando Collor, ocorreu de acrescentarem uma passagem rápida por Alagoas. Na época, a estrutura foi causa de polêmica devido ao alto valor”, lembra. O padre cita uma curiosidade quase que desconhecida do grande público: “João Paulo 2º, quando soube do valor absurdo, não quis subir no monumento. Para evitar a polêmica, foi pedido para que se fizesse uma estrutura lateral, que foi onde ele ficou. Ele não quis ficar propriamente no monumento”, diz. ( fonte Uol)

Imagine se fosse  agora, com as redes sociais e a polarização existente no pais. Se o Papa João Paulo 2º, se recusou a subir no momento, Francisco talvez sugerisse  que encontro ocorresse na praia, com um tablado de madeira.

E para concluir, não podemos esquecer da desonestidade contra aposentados, no esquema recém desbaratado. Honestidade é qualidade de quem age de forma verdadeira, justa e íntegra. Portanto, é virtude obrigatória a todos, sejam políticos, religiosos ou não. Desonestos, geralmente, são criminosos e devem…

Akino Maringá, colaborador
Foto – Reprodução

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