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Maringá debate fim dos aterros sanitário na Semana do Meio Ambiente

O futuro dos aterros sanitários em Maringá voltou ao centro do debate ambiental na última quarta-feira, com o lançamento oficial do Observatório Ambiental da Cidade. A iniciativa, liderada pelo vereador Sidnei Telles (Podemos), propõe substituir o modelo atual de destinação de resíduos por soluções mais sustentáveis, em linha com a legislação brasileira que classifica os aterros como última alternativa.

O evento, realizado no Auditório Ângelo Planas da Acim durante a Semana Municipal do Meio Ambiente, marcou um novo esforço para repensar o tratamento do lixo urbano, envolvendo sociedade civil, setor privado, instituições de ensino e organismos internacionais.

Durante o evento, o prefeito Silvio Barros recordou tentativas anteriores da administração municipal para buscar soluções mais sustentáveis, como a instalação de uma usina de incineração de resíduos em 2012, que acabou frustrada por resistência pública e falta de viabilidade técnica e política. Embora não tenha detalhado novas propostas, Barros reforçou o papel do Observatório como espaço de construção coletiva de soluções ambientais.

O diretor-presidente do Instituto Ambiental de Maringá (IAM), José Roberto Behrend, explicou os caminhos possíveis para substituir o modelo atual baseado em aterros. Ele defendeu a recuperação energética como prioridade, destacando que a legislação já prevê opções superiores ao aterro, como a compostagem de resíduos orgânicos, geração de biogás a partir de resíduos urbanos, em parceria com a Compagás, tratamentos térmicos em fornos de cimento, que já utilizam resíduos de Maringá e a reciclagem mecânica e energética

Behrend esclareceu que a instalação de um incinerador tradicional, isoladamente, tem pouca viabilidade econômica e não está no foco atual, mas defendeu que todas as propostas devem ser analisadas sem viés ideológico.

O vereador Sidnei Telles destacou que o Observatório Ambiental será também uma ponte para atrair investimentos, tanto do governo federal quanto de fundos internacionais especializados em meio ambiente. Segundo ele, soluções sustentáveis precisam de apoio financeiro robusto para se tornarem realidade. “Certamente atrairemos investimentos que passam de milhões, e isso é necessário, porque soluções que não encontram caminhos econômicos, são soluções que vão ao encontro de frustrações que vão nos levar somente a reclamações no futuro sobre a casa em que vivemos e que não sabemos cuida”.

A proposta inclui ainda diálogo com o setor empresarial, acadêmico, jurídico e com o Ministério Público. Telles reforçou que o observatório será um espaço para a construção coletiva e plural das soluções, com foco em inovação, legalidade e viabilidade econômica.

Da Redação
Foto – Reprodução

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