Início Destaques do Dia Terminal segue sem ambulatório 20 anos após lei exigir implantação

Terminal segue sem ambulatório 20 anos após lei exigir implantação

Um acidente ocorrido na noite da última quarta-feira, na rodoviária de Maringá, voltou a expor uma deficiência histórica da estrutura do terminal: a ausência de um ambulatório para atendimento imediato. A situação reacende o debate sobre a urgência da implantação de uma sala de primeiros socorros no local.

Na ocasião, um trabalhador responsável pelo controle de passageiros foi atropelado por um ônibus da linha Cianorte–Curitiba, após o motorista perder o controle do veículo e colidir contra um dos pilares do terminal. A vítima sofreu ferimentos moderados e foi atendida somente após a chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), único suporte médico disponível no terminal.

Em nota, a Prefeitura de Maringá afirmou que os servidores operacionais da rodoviária recebem treinamento em brigada de incêndio e primeiros socorros. Contudo, reforçou que, em casos de emergência, o protocolo é acionar o Samu ou o Siate, já que não há estrutura médica fixa no terminal.

Vale destacar que, em 2005, a Câmara aprovou a Lei nº 6814, que determina a implantação de uma sala de primeiros socorros no Terminal de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Maringá, com telefone interligado ao Samu. A legislação autorizava um crédito especial de R$ 15 mil para as despesas iniciais, mas, duas décadas depois, o ambulatório ainda não foi implementado.

Especialistas alertam para os riscos da ausência de ambulatórios em locais de grande circulação, como rodoviárias e aeroportos. Em diversas cidades brasileiras, terminais de transporte contam com salas de primeiros socorros equipadas e profissionais treinados para prestar atendimento rápido até a chegada do socorro avançado. Por exemplo, o Terminal Rodoviário de Londrina, que conta com uma UTI móvel composta por médico, paramédico e enfermeiro, que possibilita prestar atendimento a casos considerados graves de alta complexidade.

REFORMA

O processo de rescisão do contrato com a empreiteira responsável pela obra da rodoviária iniciou no ano passado, na gestão anterior, e foi finalizado neste ano, com a conclusão das melhorias essenciais (como reforma dos sanitários, por exemplo).

A Prefeitura informa que um novo terminal Aero Rodo Ferroviário será construído nas proximidades do Aeroporto Regional de Maringá. O novo terminal está em fase de estudos e de análise orçamentária e, posteriormente, será publicada a licitação para elaboração do projeto. Este terminal trará benefícios Maringá e toda a região. Será um terminal intermunicipal, que vai reunir diferentes modais de transporte, beneficiando e valorizando toda a macrorregião.

Vale lembrar que a reforma da rodoviária foi lançada com a proposta de modernizar a infraestrutura do terminal, com conclusão prevista para 12 meses. A empresa inicialmente contratada assumiu em fevereiro de 2021 e abandonou as obras em setembro do mesmo ano, alegando dificuldades operacionais. Após notificação da Prefeitura, chegou a retomar parcialmente os trabalhos, mas em janeiro de 2022 desistiu definitivamente da empreitada.

Diante do impasse, a administração municipal convocou a segunda colocada no processo licitatório, uma construtora local, para assumir a obra. Apesar de aditivos contratuais e prorrogações nos prazos, os serviços avançaram lentamente, o que levou à decisão de rompimento do contrato atual.

Desde o início das obras, a reforma do terminal consumiu aproximadamente R$ 2,7 milhões em aditivos e reajustes, superando o limite de 25% previsto pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para acréscimos em contratos públicos.

Alexia Alves
Foto – Reprodução

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