
A Universidade Estadual de Maringá (UEM) investiu quase R$ 3 milhões na aquisição de dois equipamentos de ponta que prometem revolucionar a identificação de micro-organismos em exames clínicos realizados tanto no Laboratório de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas (Lepac), quanto no Hospital Universitário (HU) da universidade.
Os novos aparelhos, o Maldi-tof Biotyper Sirius e o Espectrômetro de Infravermelho (IR Biotyper), fabricados pela multinacional Bruker Corporation, foram adquiridos com recursos próprios da UEM, após suplementação orçamentária feita pelo Governo do Estado.
O primeiro custou R$ 1,89 milhão; o segundo, R$ 1,03 milhão. A apresentação oficial das tecnologias acontece hoje, 24, às 14h, na sala 112 do Bloco T-20, no campus sede da UEM, em cerimônia aberta à imprensa e à comunidade universitária.
O Maldi-tof Biotyper Sirius é o primeiro equipamento do tipo em operação no Paraná. Já o IR Biotyper é encontrado apenas no Laboratório Central do Estado (Lacen-PR), em Curitiba. Com a nova estrutura, a UEM passa a ser a única instituição pública do interior do Estado a oferecer essas tecnologias de última geração.
A coordenadora do Lepac, professora Regiane Bertin de Lima Scodro, explica que a principal vantagem do Maldi-tof é a agilidade no diagnóstico. Hoje, a identificação bacteriana pode levar até 24 horas e, no caso de fungos, até vários dias.
Com o Maldi-tof, é possível identificar os micro-organismos em menos de um minuto. Já o Espectrômetro FTIR (Infravermelho) permite traçar perfis genéticos e identificar grupos ou sorotipos de bactérias. Isso é fundamental para o controle de surtos hospitalares e para estudos epidemiológicos que podem, inclusive, orientar o desenvolvimento de vacinas.
Os equipamentos vão atender não apenas às demandas da UEM, mas também da rede pública de saúde de Maringá e de outros 115 municípios da Macrorregião Noroeste, com uma população estimada em 2 milhões de pessoas. O Lepac já realiza análises para o SUS, e a expectativa é de que os novos recursos melhorem significativamente a precisão e o tempo de resposta nos diagnósticos.
A tecnologia também será integrada ao Hospital Universitário da UEM. Equipes do Lepac e do HU passam por treinamento nesta semana, e está prevista a operação remota dos aparelhos pelos profissionais hospitalares, mesmo a distância.
O reitor da UEM, Leandro Vanalli, afirma que o investimento é parte de um projeto mais amplo de fortalecimento do Complexo de Saúde da universidade. Segundo ele, a instituição está modernizando sua infraestrutura com o apoio do Governo do Estado para garantir atendimento de qualidade e fortalecer o papel da UEM como referência em saúde pública, ensino e pesquisa.
Com os novos equipamentos, a universidade avança na oferta de diagnósticos mais rápidos e eficientes, fundamentais para o combate a infecções hospitalares e doenças de alta complexidade. A intenção, segundo a professora Regiane, é melhorar a qualidade do atendimento oferecido pelo SUS, com impacto direto na vida das pessoas. “Estamos falando de mais precisão, tratamentos mais rápidos e vidas salvas”, conclui.
Da Redação
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