Chocado com os atos de vandalismo contra uma escola municipal o prefeito Silvio Barros II usou um par de algemas como metáfora para demonstrar sua impotência ante a delinquência infanto-juvenil
Na mesma cena, que viralizou na Internet e ganhou destaque na mídia estadual, aparecem alguns secretários municipais de Maringá, se solidarizando com o chefe e também algemados. “Eu tô aqui na Escola Angela Borim vendo o estrago. Eles quebraram vidros, jogaram tinta nas parede, no telhado, pegaram extintores de incêndio e vazaram nos corredores. Eles fizeram ume strago no material pedagógico. Enfim, foi um desastre”, disse o prefeito no vídeo gravado neste domingo para ser postado em suas redes sociais.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, a situação foi descoberta depois que a empresa responsável pelo sistema de monitoramento das unidades escolares identificou o disparo do alarme na referida escola. Em seguida, uma equipe tática da Secretaria de Segurança foi até o local e constatou a depredação, feita conforme o levantamento dos investigadores, por crianças, entre as quais um aluno da escola, que estava prestes a retornar das férias escolares.
No vídeo o prefeito expressou sua indignação e deixa claro que ficou perplexo quando consultou o Conselho Tutelar e foi informado pelos conselheiros que nada poderia ser feito contra os meninos, protegidos pelo ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente. Uma criança foi identificada e o pai dela acionado pelo Conselho Tutelar. A Guarda Civil Municipal registrou boletim de ocorrência sobre o caso e de acordo com a Prefeitura os responsáveis pelos menores serão penalizados.
“Conversando com um delegado, que é experiente em investigações criminosas, a gente chegou à conclusão de que tem algo muito estranho: fizeram um estrago danado, mas nada foi roubado. Alguém está usando crianças para passar um recado para a sociedade e talvez para a gestão pública”, diz o prefeito, ao comentar sobre a indagações que ele fez ao Conselho Tutelar sobre punição dos menores: “A resposta foi estarrecedora. Considerando a idade deles, o que a gente pode fazer é registrar um B.O. e esperar que a polícia faça um interrogatório tanto com os jovens como com os pais. O aluno aqui da escola que tem menos de 12 anos não vai acontecer absolutamente nada. Ou seja, a gente vai pagar um monte de horas extras para o pessoal que está aqui trabalhando, nós vamos ter que gastar muito dinheiro para consertar o que foi estragado e corremos o risco de deixar 650 crianças sem aula e o com os vândalos não acontece nada. O Poder Público e a sociedade ficam algemados. Tá certo isso?”.
Da Redaçao
Foto – Reprodução
