Criado na Universidade Estadual de Maringá (UEM), o grupo “ISIS: Grupo de Acolhimento e Convivência de Mães Solo” tem funcionado como um espaço de escuta, acolhimento e apoio emocional para mães solo e funciona quinzenalmente na Unidade de Psicologia Aplicada (UPA- Av. Mandacaru, 1690), reunindo mulheres que criam seus filhos sem rede de apoio efetiva.
Os encontros ocorrem às quartas-feiras, das 19h às 20h30, e são conduzidos por estudantes do 5º ano de Psicologia. Durante as atividades, as crianças ficam sob os cuidados de estagiários em uma sala lúdica da clínica-escola, o que permite que as mães participem com tranquilidade das rodas de conversa.
A analista de suporte técnico Mayara Botassini, 27 anos, é uma das participantes. Mãe do pequeno Davi, de dois anos, ela conheceu o grupo em um momento de sobrecarga. “Eu costumo sempre procurar oportunidades, e na UEM tem muitos cursos e atividades, como o teatro. Encontrei esse grupo e me achei ali. É um momento para eu olhar para mim, para me cuidar, ouvir outras mães que passam pelos mesmos problemas que eu”, relata.
Segundo o coordenador do grupo e professor do Departamento de Psicologia da UEM, Marcos Leandro Klipan, a iniciativa faz parte do Laboratório de Estudos, Pesquisas e Extensão em Psicanálise de Gênero (LEPEPSIG) e busca atender uma demanda crescente. “A própria dinâmica da maternidade solo acaba dificultando a participação da mulher no grupo, mas as estagiárias acolhem as crianças durante a participação na UPA mesmo, na clínica-escola. Nós temos salas lúdicas, com brinquedos, e não tem nenhum problema se a criança quiser voltar para a mãe”, afirma.
Desde o início dos encontros, três reuniões já foram realizadas. A meta é reunir pelo menos 10 mulheres por turma, com possibilidade de expansão conforme a procura. De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), publicado em 2024, o Brasil soma mais de 11 milhões de mães solo.
Muitas enfrentam jornadas duplas ou triplas entre trabalho, estudos e cuidados domésticos, frequentemente sem suporte familiar. A chamada “rede de apoio”, idealizada como amparo emocional e prático, muitas vezes não se concretiza, o que reforça a importância de espaços como o ISIS.
O grupo está com inscrições abertas. Mães interessadas podem preencher um formulário on-line ou entrar em contato via WhatsApp (44) 9179-8832). A UEM informa que não há restrições quanto à idade dos filhos ou à situação socioeconômica das participantes.
Da Redação
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