
A Comissão de Saúde da Câmara de Maringá realizou, na quarta-feira, uma visita técnica ao Hospital da Criança com o objetivo de acompanhar o funcionamento da unidade, compreender o andamento da implantação e esclarecer dúvidas sobre o modelo de atendimento adotado. A comitiva foi recebida pela diretora-geral do hospital, Juliana Assis Motta, e pela diretora médica, Dra. Mariá.
Participaram da agenda o presidente da comissão, vereador Uilian da Farmácia, o vice-presidente, Daniel Malvezzi, e os membros Sidnei Telles e Lemuel do Salvando Vidas. O vereador Maninho, também integrante da comissão, foi representado no encontro.
Durante a visita, a equipe gestora apresentou um panorama do atual estágio da unidade, que opera de forma parcial, com taxa de ocupação entre 50% e 60%. O atendimento é direcionado a crianças de zero a 16 anos e ocorre exclusivamente por meio de encaminhamentos do Hospital Municipal e da Central de Leitos, sem acesso direto da população, ou seja, sem sistema de portas abertas. Atualmente, cerca de 60% dos atendimentos são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto os demais são cobertos por convênios, quatro já firmados.
De acordo com a diretora Juliana Motta, a implantação do hospital foi planejada em três fases, conforme a disponibilidade de recursos e contratação de profissionais. A unidade atualmente acolhe, prioritariamente, crianças que estavam em tratamento fora de Maringá e cujas famílias optaram pelo retorno à Cidade. A segunda fase do projeto está prevista para outubro de 2026.
O vereador Uilian da Farmácia comentou sobre a visita. “É importante frisar que 60% do atendimento é via SUS e 40% é via convênios e o hospital não tem as suas ‘portas abertas’, que você pode só chegar e ser atendido, por enquanto, ainda não tem essa finalidade. Nós da Comissão fomos averiguar de que forma os pacientes da rede pública estão sendo atendidas”, falou.
Segundo o parlamentar, os atendimentos estão sendo feitos com qualidade e todas as pessoas são tratadas de modo igual. Durante a visita, os parlamentares levantaram questionamentos sobre o modelo de atendimento e a estrutura da unidade. O vereador Lemuel indagou sobre a integração com o Hospital Municipal, sendo informado de que todos os atendimentos dependem de encaminhamento oficial. Já Daniel Malvezzi quis saber qual foi a maior taxa de ocupação registrada até agora, enquanto Sidnei Telles questionou a ausência de serviço obstétrico e comparou o modelo adotado à gestão da Liga Álvaro Bahia, responsável pela operação do hospital.
A diretoria também destacou desafios enfrentados no início da operação, como a escassez de profissionais, especialmente médicos e limitações físicas frente à alta demanda regional. Hoje, o hospital conta com 392 colaboradores, número ainda distante do ideal estimado para o pleno funcionamento, que deve envolver cerca de 1.500 profissionais.
Com 24 mil metros quadrados de área construída, o Hospital da Criança possui 18 blocos e, ao fim da implantação total, deverá ofertar 148 leitos de enfermaria, 20 leitos de UTI pediátrica, 20 de UTI neonatal, sete salas cirúrgicas, serviço oncológico e centro de ensino e pesquisa.
Ao final do encontro, a diretora Juliana ressaltou que, após o início do tratamento, o acompanhamento das crianças ocorre integralmente na unidade, o que garante continuidade no cuidado e maior eficiência na recuperação dos pacientes. Os vereadores também participaram de um tour pelas instalações, observando de perto a estrutura em funcionamento.
Alexia Alves
Foto – Reprodução