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Obra inacabada da rodoviária de Maringá gera críticas

A reforma da rodoviária de Maringá, iniciada em 2021 e ainda sem conclusão, voltou a ser alvo de críticas, desta vez por parte dos taxistas que atuam no local. Segundo eles, a intervenção causou mais transtornos do que melhorias.

“Começaram e não terminaram. A cerca ficou com buracos, tiraram nosso portão eletrônico e até hoje nada foi resolvido. Um vidro caiu com uma chuva forte há quase dois anos e até agora, nada de arrumarem”, relata Jadeicir Silva de Almeida, taxista há 25 anos.

Outro profissional, que preferiu não se identificar, afirma que a situação causa estranheza até entre passageiros de fora: “Deveria ao menos ter sido concluída. As vezes pego passageiros que vêm de grandes capitais e eles estranham as estruturas inacabadas, como a do elevador, e questionam sobre a falta de banheiros e mais lojas, é uma pena”.

Para Maria Clara Galli Hilel, maringaense que esperava um ônibus no local, a rodoviária poderia ser um lugar de maior investimento na Cidade. “Acho que Maringá já possui tamanho suficiente para ter uma rodoviária que comporte o potencial. São muitas pessoas que passam aqui todos os dias e que poderiam gastar e consumir mais se houvesse uma melhor praça de alimentação, mais lojas, etc.”, comentou.

Ela também comentou que não entendeu muito bem o motivo da obra não ter sido finalizada, mas que espera melhorias futuras. “É uma pena que tenham começado e não terminado, mas espero que futuramente voltem a considerar a rodoviária, acho que é um local enorme e que pode crescer muito, mas acabou um pouco esquecido”, falou.

Lançada com a proposta de modernizar a estrutura do terminal, a obra previa prazo de 12 meses para entrega. A empresa vencedora da licitação assumiu os trabalhos em fevereiro de 2021, mas abandonou o canteiro em setembro do mesmo ano, alegando dificuldades operacionais. Após notificações, a empreiteira retomou parte dos serviços, mas desistiu definitivamente em janeiro de 2022.

Diante do impasse, a Prefeitura convocou a segunda colocada no processo licitatório. Mesmo com aditivos contratuais e prorrogações nos prazos, o avanço foi limitado, levando à rescisão definitiva do contrato. A obra consumiu cerca de R$ 2,7 milhões, superando o limite de 25% previsto pelo Tribunal de Contas da União para acréscimos em contratos públicos.

Em nota, a administração municipal informou que a rescisão contratual foi iniciada na gestão anterior e concluída neste ano, com a entrega de melhorias consideradas essenciais, como a reforma dos sanitários. Como solução definitiva, a Prefeitura anunciou a construção de um novo terminal Aero Rodo Ferroviário nas imediações do Aeroporto Regional de Maringá.

Segundo o município, o novo terminal está em fase de estudos e análise orçamentária. A licitação para a elaboração do projeto deve ser publicada nos próximos meses. A proposta é que o espaço integre diferentes modais de transporte, com foco em mobilidade regional. A expectativa é que a nova estrutura atenda não apenas Maringá, mas também cidades da macrorregião.

Alexia Alves
Foto – Alexia Alves

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