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Maringá já registrou 426 casos de violência contra crianças em 2025

Cidade tem 426 casos de violência contra crianças no 1º semestre

Dados do Panorama da Primeira Infância, levantamento nacional realizado pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal em parceria com o Datafolha, revelam que a violência contra crianças tem crescido em Maringá. Só no primeiro semestre de 2025, foram registrados 426 casos no município, o maior número em seis anos. Em 2020, eram 245 ocorrências, 247 em 2021, 329 em 2022, 400 em 2023 e 412 em 2024, de acordo com registros oficiais.

A escalada constante dos casos locais acompanha uma realidade preocupante em todo o País: 29% dos cuidadores de crianças até 6 anos admitem o uso de palmadas, tapas e beliscões como método disciplinar. Entre eles, 13% afirmam adotar essas práticas com frequência, apesar da proibição por lei.

A pesquisa, que ouviu 2.206 pessoas em todo o Brasil, sendo 822 responsáveis por crianças pequenas, mostra também um grande desconhecimento sobre essa fase decisiva do desenvolvimento humano. Apenas 15% dos entrevistados reconhecem a primeira infância (dos 0 aos 6 anos) como o período de maior desenvolvimento físico, emocional e cognitivo, quando o cérebro realiza cerca de 1 milhão de conexões por segundo. A maioria acredita que isso ocorre na adolescência (25%) ou apenas na vida adulta (41%).

O estudo também identificou que 42% da população desconhece o termo “primeira infância” e só 2% conseguem definir corretamente a faixa etária. Entre os cuidadores, o índice sobe para 4%. O levantamento revela ainda que o amor (43%) e o carinho (33%) são vistos como elementos fundamentais na criação, principalmente nos primeiros três anos de vida, enquanto frequentar creches e pré-escolas é prioridade para apenas 14% dos entrevistados.

Para a CEO da Fundação, Mariana Luz, apesar do reconhecimento da importância do afeto, é preciso avançar em ações concretas. “Na primeira infância, a qualidade das interações impacta toda a vida da criança. Relações amorosas e positivas são essenciais para que cresçam mais seguras e independentes”, afirma.

Em caso de denúncias, é necessário ligar para o número 125, exclusivo para crimes contra crianças e adolescentes e que funciona das 8h às 18h. Após este horário, as ligações serão automaticamente direcionadas ao Conselho Tutelar.

Alexia Alves
Foto Reprodução

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